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Jornal Raizonline nº 127 de 4 de Julho de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - A cultura da evidência

 

 

Jornal Raizonline nº 127 de 4 de Julho de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - A cultura da evidência

 

Neste nosso mundo as formas de se complicarem as coisas ainda mais do que elas são obtém-se através da que eu chamo cultura da evidência. Compreendo que seja perfeitamente natural que as teorias e teses devam ser revistas, afinadas, corrigidas, enfim...que não se caia no tal dogmatismo de tão má memória, mas...dizer o mesmo apenas por se dizer o mesmo acho que ultrapassa em muito aquilo que seria expectável.

 

Aqui há bastantes anos um sociólogo (salvo erro de nome Reiser) descobriu uma das primeiras pólvoras secas da evidência: dizia ele (coitado) que os fluxos migratórios aumentam numa razão directamente proporcional ao poder atractivo dos pólos e inversamente proporcional à distância entre eles: feito por fórmula simples daria mais ou menos isto: A - B / D, em que A é o pólo (de atracção), B o pólo (de rejeição aqui dado por ser menor na nossa conta) a dividir por D que seria a distância entre eles.

Assim, e só para dar o exemplo, supondo que A tem o valor de 20 e que B tem o valor de 10 e D tem o valor de 100, obteríamos assim um potencial fluxo migratório de 0,1. Mantendo os mesmos valores de A e B e aumentando as distancias (aqui valor 100 exemplificativo) para 1000, teríamos um potencial fluxo migratório de 0,01.

Um amigo meu, numa altura em que calhou haver uma conversa sobre estas tretas ripostou lesto que se (na altura Paris) fosse a 10 Kms de Lisboa estávamos mesmo lixados...enfim, estava lixada a indústria nacional e a agricultura nacional que na altura, uma e outra já estavam bem tristes e próximas da depressão psíco / económica actual.

Uma outra tese, esta de mestrado e contou-me um familiar, «descobriu» que os idosos com maior assistência social são menos propensos à depressão. Por seu lado outras coisas do mesmo tipo têm acontecido e feito o seu caminho ao longo dos tempos: uma tese científica, por exemplo, sendo discutida e assumida pela comunidade científica «em princípio» estava certa até que um senhor (Kunh) chegou à conclusão que dado o hermetismo da linguagem científica apenas uma parte dos cientistas discutiam as teses para que estavam formados e que nesses casos a lógica de análise corria grandes riscos de cantar a mesma canção ou de não ser suficientemente ampla de forma a garantir a boa qualidade do escrutínio critico.

 

 

Leia este tema completo a partir de 04/07/2011

 



03/07/2011
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