A Memória em FINISTERRA - Por Arlete B. Deretti Fernandes
A Memória em FINISTERRA - Por Arlete B. Deretti Fernandes
Observações:
O livro FINISTERRA, do escritor português Carlos de Oliveira, centra-se numa velha casa abandonada para onde converge um passado distante, seus objetos são observados pelo narrador num jogo cinematográfico, onde há momentos de percepção do tempo e do espaço, como o silêncio da noite, um grão de areia na vidraça, o soalho que range.
Um diálogo interior, já que dentro da mente do romancista, várias vozes falam. O romance põe em funcionamento o mecanismo a que no texto faz explicitamente referência: é um «espelho oculto a desdobrar as imagens.» A imagem transita no meio de tudo isto, como espelho refletindo o outro sobre si mesmo, a alteridade do outro dentro de si.
A narração passa do eu ao ele, rapidamente. A criança se reconhece como eu na imagem do olhar do outro. Um universo rural visto de uma perspectiva diferente, interior. A teoria do real é diferente para a mãe, para o pai, para o tio.
Os vários narradores recolhem significantes, como na teoria do significante e do sujeito, em Lacan.
A verdade aparece como adequação. Adequar a lente à abertura até achar o foco ideal para a imagem completa e transparente. Tudo se relaciona de uma maneira complexa e densa. Existe no olho uma mancha cega que o olho não vê. Os olhos compensam a falha do olhar, não posso olhar o ponto desde o qual eu vejo.
FINISTERRA- PAISAGEM E POVOAMENTO, é um livro quase indecifrável, exercendo uma atração sobre quem o lê. Também é possível compreender o texto através dos significados que para cada leitor encerra.
A escritora e crítica portuguesa Maria de Lurdes Ferraz considera o livro como «um desafio lúdico à liberdade do leitor», como o «oximoro em forma de romance, um princípio que é fim com um fim que pode ser um princípio.»
Leia este tema completo a partir de 30/7/2012
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