A Núpcia - Por José Pedreira da Cruz
A Núpcia - Por José Pedreira da Cruz
No decorrer da década de 1930 dois adolescentes namoravam sentados no avarandado da casa ao som de deliciosas risadas e de inúmeros cochichos, ao tempo em que o olhar ativo de dona Marlene fitava incessantemente vigilante.
– Se teu pai estivesse aqui essas risadaiadas logo logo iam acabar – resmungou dona Marlene chamando a atenção de Margarida, a doce Margá, como era amavelmente chamada pelo pai Bastião que se enchia de orgulho com a figura angelical da filha que Deus lhe dera – uma belezura de menina -, como carinhosamente a definia.
– Até parece que a senhora nunca namorou, não é mesmo dona Marlene? – interpelou Abelardo em tom de brincadeira e de boa aproximação com a futura sogra.
E as risadinhas perdiam-se no ar em meio àquele doce e harmônico momento de ternura e carinho, e assim o tempo foi passando, passando, até que, certo dia.....
– Dona Marlene, será que a senhora nos deixaria ir colher umas cajazinhas pra fazer um refresco? é um instantezinho de nada e, já já nós estaremos de volta. E apelou dizendo: ta fazendo um calor danado, sogrinha! deixa?
Dona Marlene mostrou-se truculenta e dá-lhe alguns nãos, mas depois de várias insistências de ambos os namorados, ela cedeu aconselhando-os:
– Ta bem, ta bem! Eu deixo! Só que não quero imaginar o que possa acontecer se encontrarem o Bastião pelo caminho! Se o avistarem se esquivem dele! Estão avisados: é um pé lá, e o outro cá! Entenderam? Agora vão!
O casal saiu radiante e se desmantelando de amor e felicidade. Corriam de mãos dadas entre as revoadas de borboletas sobre a florada da pastagem e do tapete verdejante de beldroegas. Eles estavam demasiadamente apaixonados e determinados a adocicar seus amores com deliciosos goles do prometido refresco de cajá.
Leia este tema completo a partir de 30/4/2012
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