A PRIMEIRA MAQUETE - Por Marcelo Pirajá Sguassábia
A PRIMEIRA MAQUETE - Por Marcelo Pirajá Sguassábia
- Eu quero que você me faça só a maquete, por enquanto.
- Tá certo, mas o senhor tem ideia do trabalho que isso vai dar? E se o projeto não for aprovado, já imaginou o tempo que eu vou perder? Meu negócio é carpintaria e marcenaria, essa história de maquete é servicinho de chinês, não é a minha praia.
- Mas não vai ter jeito, moço. Quem encomendou o trabalho quer ter uma prévia pra ver se está tudo de acordo. Esse serviço é de muita responsabilidade. Eu diria até que o destino da humanidade depende dele.
- Sei não, acho que o senhor não regula bem da cabeça.
- Digamos que a minha sanidade mental não vem ao caso no momento...
- Mas espera um pouco, o que o senhor quer é uma arca ou um navio? Esse desenho que o senhor me trouxe parece mais um navio. Arca é como se fosse um baú, é pra organizar as tralhas dentro de casa. Oh só, tá aqui no pai dos burros: «Arca: caixa grande, geralmente de madeira, com tampa plana, usada para guardar roupas, objetos etc.». Por falar em burro, tenho que fazer uma acomodação pra ele e sua burralda, não é mesmo?
- Sim, e pra todos os outros pares de bichos.
- E pra família inteira do senhor...
- Sim.
- O senhor me falou que tem que ter um casal de tudo quanto é bicho, insetos inclusive, certo? Pois o senhor vai ter problema com o casal de cupins. Primeiro pra saber qual é o macho e qual é a fêmea; segundo porque eles vão procriar dentro da arca e comer todo o madeiramento. Estou alertando agora porque de madeira eu entendo um bocado...
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