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Poesia de Sylvia Beirute - JOGO; AS PALAVRAS ESCONDEM A VERDADEIRA LINGUAGEM; A Produção de Objectos; ANTONIO RAMOS ROSA

 

Poesia de Sylvia Beirute - JOGO; AS PALAVRAS ESCONDEM A VERDADEIRA LINGUAGEM; A Produção de Objectos; ANTONIO RAMOS ROSA


 
 

JOGO

 

não tem palavras este poema
se todos entendem este poema
e não é dizendo isto
que tem palavras este poema;
porque as palavras apenas
servem aqui o propósito
da ausência de palavras
deste poema.

 

AS PALAVRAS ESCONDEM A VERDADEIRA LINGUAGEM

 

a minha língua é o ponto mais pequeno
da minha linguagem.
o azul é o ponto maior da minha insegurança.
esta chuva pode ser um homem desfeito.

o inseto vive o mesmo tempo que o seu desejo.
as coisas imortais nunca tiveram corpo.

a dificuldade de escrever revela uma leitura
ineficaz do espírito.

o instinto fechado é a metamorfose em bloco
sem um exercício atual da estátua.

 

A Produção de Objectos

 

dizem que produzo objetos para um uso
pessoal do azul
e eu não sei como negar.
mas talvez acrescente algo. e continue
a acrescentar algo.
porque quando acrescentamos algo
negamos a parte nuclear
de uma primeira imagem.

(e devo dizer: que a minha poesia
sempre buscou

 

ANTONIO RAMOS ROSA

 

em cada poema morres
enquanto ficas diferente. diferente
no sentido
de mais conhecedor de ti mesmo, morto
no sentido
de menos teres por viver.
e imagino que é essa distância
entre aquilo que és e sabes
e aquilo que não sabes que virás a ser
que tem o nome de

receptividade.

 

Leia este tema completo a partir de 04/04/2011

 



03/04/2011
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