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Contos de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Sexta-feira treze de agosto!!!

 

Contos de Sílvia Mota a Poeta e Escritora do Amor e da Paz. - Sexta-feira treze de agosto!!!
 

Ao acordar percebi-o sentado na cama, aos meus pés. Aparência enternecedora e bela, pela estrutura corpórea imaginei-o bem alto, além do que me sorria com a alvura de todas as nuvens juntas. Esfreguei os olhos, ainda sonolentos.

 

Entre assustada e surpresa percebi que era observada por um jovem de estatura mediana, olhos azuis, calça branca caída à cintura, não usava cinto e nem meias, o que me relembrou alguma coisa agradável da infância, mas não saberia dizer o que. Com os olhos, busquei o homem belo e não mais o encontrei. Ao lado da nova aparição, dois espectros entoavam uma canção silenciosa, oferecendo-me ternura e segurança. Sorri levemente e abaixei os olhos.

 

Ao elevá-los, novamente, um pequeno ser com várias cabeças olhava para trás; duas erguiam-se com galhardia, sendo uma delas parecida com a de um príncipe encantado e a outra muito feia, embora não fosse ameaçadora e atraía-me em demasia; pendida para o lado, de forma triste, a terceira cabeça exibia traços de um anjo, mas não me preocupei com esta; outra, acovardada, escondia-se atrás do pescoço único, como se fugisse do meu olhar.

 

Instantaneamente, tudo esvaneceu-se e um jovem, mais para gordo do que magro, cor amorenada e olhos rasgados, sorria-me aliciador; às suas mãos um fio de sangue muito puro escorria para dentro de uma ânfora de ouro cravejada de brilhantes e rubis, que se encontrava aos seus pés. Embora fosse tudo meio encantado, não me senti bem ao grito de dor, incontido, que retalhou o meu pensamento.

 

O deprimente evento substituiu-se por figura mitológica meio homem e meio ave e por mais feliz que tivesse entrado, logo saiu chorando pela porta, a oferecer lugar a um jovem de baixa estatura e sorriso gostoso e atraente, que ao de repente foi preso a um alçapão e saiu carregado à força da minha frente. Tentei resgatá-lo, mas ao sentir-me ameaçada pelo mesmo perigo, dor pontiaguda atravessou-me as costelas. Antes que pudesse chorar, a imagem homem - ave retornou a consolar-me da tristeza. Permaneceu assim, por mais algum tempo, a alisar-me os cabelos, mas alucinado por um bando de aves que cortava o céu, saiu voando pela janela, num rastro de luz, deixando três ovos dourados ao lado do meu travesseiro.

 

Exausta, olhei para o lado e percebi um jovem pintor a retratar-me numa tela branca e perfumada. As tintas desciam-lhe diretamente do céu, ao bico de passarinhos, mas a paixão que ardia a cada pincelada confundiam-se aos sentimentos indecisos daquela masculinidade que não se permitia atrair pelo fêmeo.

 

Antes que o sofrimento arrebatasse meus sentidos, fui arrebatada pela máscula manifestação de um ente com mais idade, muito belo, envolto numa luz azul que ofuscava meus olhos de tal forma, causando-me a suave impressão de que jamais esqueceria a excitação daquele brilho.

 

Leia este tema completo a partir de 11/04/2011

 



10/04/2011
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