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Texto sobre Florbela Espanca - Parte X - Américo Durão e «Soror Saudade» - Por Daniel Teixeira

Texto sobre Florbela Espanca - Parte X - Américo Durão e «Soror Saudade» - Por Daniel Teixeira

(Continuação do escrito no número anterior)
 
Colega de Florbela na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e um dos mais próximos da poetisa durante os seus estudos universitários (diz dela, inclusive, que tinha em si qualquer coisa de chama), Américo Durão é o criador do epíteto «Soror Saudade».


Américo Durão – 1893 – 1969 – é o autor da seguinte bibliografia:

Vitral da minha dor, 1917;

Tântalo, 1921;

Lâmpada de Argila, 1930;

Tômbola, 1942;

Ecce Homo, 1953 e Sinal, 1963.

Referido como contendo «laivos» de sebastianismo nalguma da sua poesia, sendo integrado na poética do saudosismo por Fernando Guimarães, ao lado (ainda que com distância) de Teixeira de Pascoais e Leonardo Coimbra. Como nota à margem e a merecer maior desenvolvimento esclareçamos que o Prof. Guido Battelli escreveu sobre Teixeira de Pascoais em 1953. De esclarecer ainda que Américo Durão não é referido por António José Saraiva e Oscar Lopes na sua História da Literatura Portuguesa, devendo-se já a David Mourão Ferreira, Jacinto do Prado Coelho e José Carlos Seabra Pereira e Fernando Guimarães a sua inclusão quer como poeta a merecer referência quer no período neo – sebastianista.

Aliás, pensamos que a evidência do poema do que segue obrigava quase imperativamente à inclusão de Américo Durão no Sebastianismo e no Saudosismo Pascoaliano:

D. Sebastião

Manhã de névoas. Misteriosamente
As coisas ganham atitudes vagas.
Nevoeiro denso, diz-me porque afagas
A lenda doida, a esta doida gente?

Ascende ao Sol religiosamente,
Oiço um fremir de escudos e adagas….
Coração, coração, porque divagas
Na esperança do mesmo eterno Ausente!?

Cerra-se mais o nevoeiro e faz
Subir a Fé nos corações! Ninguém
Pode abafar seus gritos na garganta!...

Uma bandeira branca – a névoa! Traz
Suspensa aos astros…Vede, olhai, lá vem
O Herói que a Raça moribunda canta!

Américo Durão, Tântalo, Lisboa, 1921.

 

 Leia este tema completo a partir de 09/05/2011 

 



07/05/2011
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