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Poesia de Sylvia Beirute - Pergunta intacta na sombra da minha porta ; Dias debaixo da força das raízes; Poema Homoerótico

 

Poesia de Sylvia Beirute - Pergunta intacta na sombra da minha porta ; Dias debaixo da força das raízes; Poema Homoerótico
 

Pergunta intacta na sombra da minha porta
 

pergunta intacta na sombra de minha porta,
não ignoro os medos de tuas portas maiores.
quebro-te o rosto sem te ter ouvido a voz,
a figura de um homem, entre desejos e esperanças,
avança pela matéria pensante do medo.

é como conhecer o teu tamanho sem te ver palavras,
brincar aos modos de ser diferente, aos
ouvidos e olhos tapados
dissipando-se como dias lentíssimos
na aproximação das constelações distantes.

 

 

Dias debaixo da força das raízes
 

dias debaixo da força das raízes.
sesteando
a lonjura de um infinito menor.
a gramática cresce para silêncio
e é a sensatez que encontra
o título da antítese.
um outro ser ganha o desejo
de um outro.
a sensibilidade é uma questão
de sim ou não.
os dias morrem em varandas

 

 

Poema Homoerótico
 

tem tudo a ver com invisibilidade e nudez.
uma e outra. entre uma e outra.
a nudez parece-lhe uma coisa que oculta o corpo.
a invisibilidade é um meio
para o seu exercício.
mas o corpo continua lá. prolongando
inícios, destilando a perfeição
de dedos que depois são dados
e depois esquecimentos. utopias.
tem tudo a ver com invisilidade e nudez.
e com a lentidão da cabeça que digere
a emoção, os lugares nómadas da beleza,
os estilhaços da noite efémera.

 

 

Leia este tema completo a partir de 04/07/2011

 

 

 



03/07/2011
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