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Caçando Tatus - Texto de António Carlos Affonso dos Santos (Acas)

 

Caçando Tatus - Texto de António Carlos Affonso dos Santos (Acas)
 
Janeiro de 1988. Quatro horas da manhã. Começava o dia; um sábado que antecedia o feriado municipal de São Paulo (dia 25-aniversário nº 534 da cidade de São Paulo).

Preparação
 
Lá em Pirituba, bairro antigo da cidade de São Paulo, os amigos Armando, Lazinho e Miguézinho, tomavam café na casa do primeiro. Lá fora, era grande a balbúrdia promovida pelo vai-e-vem dos cachorros que seriam levados à caçada de tatus; a preferida pelos quatro amigos.

 

Estacionada no fundo da casa, a velha perua Rural Willys ano 1965, aos poucos ia sendo carregada com os apetrechos dos amigos caçadores: matulas de viagem (com comida pronta e a ser feita, pão, sal, vinagre, óleo de cozinha, arroz, cachaça, estojo de primeiros socorros, canecas de alumínio, três cartucheiras calibre 36 e uma 24; muita munição e uma espécie de gaiola improvisada, onde iam os cachorros: Zorêia, Gerente e General.

 

Levavam ainda três cantis, uma garrafa térmica com café recém coado, um balde, dois garrafões de água potável, duas panelas, uma frigideira, quatro facões, três canivetes, duas lamparinas, um litro de querosene, cinco maços de velas, um saco plástico com documentos pessoais e da perua, um rolo de cordas de cânhamo, maços de cigarros e pedaço de fumo de rolo e palhas de milho para o pito. Cinco horas da manhã, eles partem para o meio da Serra do Japi, região do pico do Jaraguá!
 
Percurso até à área de caça
 
O veículo seguiu até determinado trecho da Rodovia Anhanguera, depois tomou o retorno à direita, passou sob a rodovia, cruzando-a e seguiu mata adentro, seguindo uma estrada de terra batida. O caminho estava seco, mas a vegetação ainda guardava o orvalho noturno, pássaros e pequenos animais, contemplavam aqueles quatro companheiros, do alto dos barrancos, das copas das árvores, em meio ao capinzal e aos arbustos rasteiros da beira da estrada.

 

O Miguézinho ia repetindo tudo que o Lazinho falava, o Armando dirigia absorto e o Lazinho só dava risada das patacoadas que o Miguézinho ia contando. Eram histórias de caçadas que ele fazia com seus maiores amigos de trabalho; o Orcute e o Alemão. Ele contava de como os três judiavam de um velhinho que trabalhava com eles num engenho de pinga, lá em Passa-Tempo, nas Minas Gerais.

 

Oito horas da manhã. Todos riam agora; uma vez que o Armando passou a se fazer presente na prosa que rolava solta. Num trecho íngreme da estrada, o Armando subiu tudo o que pôde, terminando por parar num ponto em que um enorme rochedo impedia-os de seguir adiante.

 

 Leia este tema completo a partir de 28/5/2012

 



24/05/2012
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