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Caminhando - Texto de Jorge Sader Filho

 

Caminhando - Texto de Jorge Sader Filho
 

As folhas das tílias amontoavam pelo chão. Ventava fraco, na praça grande e arborizada, um vento refrescante, mas não frio.

 

O velho banco, ainda bem conservado, servia de assento para o homem de meia idade, boa aparência, jeans, camiseta azul e um moletom como agasalho. Seus olhos pareciam procurar alguma coisa, sabe-se lá o quê.

 

Mães com seus pirralhos brincavam aproveitando a tranquilidade do lugar. Muitas conheciam de vista o homem, que tinha o hábito de passar algum tempo sentado no mesmo lugar onde agora se encontrava. Um «bom-dia» era sempre trocado. Só isto, mais nada.

 

«Ora, ela não está tão longe. Tenho o seu endereço, posso tentar um encontro. O máximo que posso levar é um não. Vou lá.» Era o que pensava diariamente. Jamais colocou a ideia em prática.

 

Tem fatos que ocorrem inevitavelmente. Como este, uma paixão inicial de ambos os lados, paixão perdida, seu rosto, seus cabelos, seu modo franco de falar... E o corpo? Perfeito, sem exageros. O problema era a idade. Poderia ser sua filha, era vinte e três anos mais jovem do que o homem sentado, pensando.

 

- Du, quero um filho seu.
- E eu de você.
- Mas tenho medo de não o ver um homem, ou mulher, ninguém sabe antes.
- Tanto faz. Não me importo com isso. Sei o que pensa. Vai morrer antes de mim, não verá o filho casar. Ou cursar uma faculdade. Já pensei nisto, eu cuido dele. Afinal, tenho bons clientes, e nós dois temos bom dinheiro.

 

 

Leia este tema completo a partir de 15 de Abril carregando aqui.

 

 

 

 

 



13/04/2013
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