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Carta de Amor - Conto recolhido em «As Leituras de Madame Bovary»

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Carta de Amor - Conto recolhido em «As Leituras de Madame Bovary»

 

Escrevi poucas cartas de amor. Agora que tento recordar quantas, só me lembro de uma e de várias preces à lua por alturas da descoberta do amor.

 

Mas, desde que me apaixonei por ti, vêem-me frases à cabeça acompanhadas da imagem do teu sorriso terno. E um rasto de perfume inebriante que me atordoa. E daí a necessidade de te escrever esta carta e a esperança de que a leias e não tenhas dúvidas que a ti se dirige.

 

«O teu rosto é uma paisagem onde descanso os olhos e ouço o marulhar do meu mistério» - esta uma das frases. Não sei o que significa para além do que significa. Esta a frase mais insistente.

 

«Moravas já na minha infância». Outra frase-fantasma.

 

Ontem andava por bares e chamava por ti em silêncio. Apenas a necessidade de te ver. Do meu corpo encontrar o teu e poder existir lado a lado por uns momentos. Se é amor não sei, já vivi muito, provei até o sabor amargo das desilusões, mentiras e traições, entreguei o meu corpo a meros passageiros numa ânsia de o martirizar, e conheço hoje a palavra espantosa que é desamor.

 

Como ia dizendo, se é amor não sei. Mas deve ser senão não chamaria a isto carta de amor. O que sinto por ti é um sentimento apaziguador de plenitude que não senti antes. Conheci-te antes, é verdade, e não te amei; havia uma tensão no teu corpo e um sopro de medo que cortava a tua voz que me impedia de te olhar como um rapaz. Um homem. Mas sempre me senti abraçada pelo teu sorriso, um sorriso branco, fácil, de tarde solarenta.

 

Leia este tema completo a partir de 8 de Julho carregando aqui.

 

 

 



06/07/2013
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