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Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.

 

Coluna: Antônio Carlos Affonso dos Santos. ACAS, o Caipira Urbano.  - Falando da Infância, do campo e da cidade

 

 Nem tudo está perdido, já dizia Paulo Bomfim, em sua crônica paulistana, nos idos do último ano dos novecentos. Minha chegada à São Paulo de Piratininga, no distante ano de 1959 marcou, de forma indelével meus quarenta e cinco anos de vida paulistana. Meus maiores sonhos eram de me tornar escritor, jogador profissional de futebol igual ao Canhoteiro, motorista de caminhão e viajar de avião.

 

Era uma época sem televisão, internet, computadores, telefones celulares e rock'n roll, entre outras. Para trás, ficaram os carrinhos com latas de «doce quatro em um» da Cica, puxados com cordonês, das vaquinhas, porcos e cavalos feitos com palitos de fósforo Granada ou Beija-flor, espetados em tenras buchas e batatas, ou em espinhentos chuchus brancos (gado Nelore) ou verde (gado holandês ou suíço), ou centopéias de gabirobas.

 

Para trás ficaram também minha tenra idade, os mergulhos no rio do Pântano, pelado é claro; onde em tardes quentes pescava de peneira, lambaris e mandís dourados como o sol; ficaram também o time de futebol da fazenda Estrela; o time dos meninos da São José, que vencia a todos, em campos de terra ou pastos de braquiária.

 

Para trás ficaram lembranças de terreirões de café, secando-se e pegando gosto calmamente sob o forte calor mogiano, em meio aos imigrantes italianos, espanhóis, portugueses e uns poucos japoneses. Do chão da fazenda eu acenava aos brancos aviões do CAN, (correio aéreo nacional), pedindo que me mandassem uma bola de capotão ( ou bola de bico ou bola de bigolim), ou um canivete de dez folhas, sonhos de consumo a época. Que saudade!.

 

 

Leia este tema completo a partir de 27/2/2012

 



24/02/2012
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