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Comparação do conceito de «ritual»: Randall Collins, Erving Goffman e Emile Durkheim. - Por Alexandra Figueiredo

 

 

Comparação do conceito de «ritual»: Randall Collins, Erving Goffman e Emile Durkheim. - Por Alexandra Figueiredo

 

Entendendo que em termos etimológicos rito significa costume, uso, o rito e o ritual será entendido como sendo a manifestação expressa desse mesmo costume ou uso. Vamos assim partir da etimologia para comentar o conceito de ritual em Randall Collins, Erving Goffman e Emile Durkheim.

DURKHEIM E. (1912) é considerado o fundador da sociologia científica em França e na linha de Comte inscreve-se no campo do empirismo em termos filosóficos e em termos metodológicos no Cartesianismo. A sua perspectiva sobre a ideia de sociologia entende que esta disciplina ao estudar o conjunto dos factos sociais, estipula que estes factos sociais são conformadores da consciência individual e acabam por fazer o homem.

 

Na verdade, para Durkheim, o homem enquanto ser não exclusivamente biológico não existe e «a sociedade é a única fonte da humanidade do homem; é através dela que se transcende a pura vida orgânica que é a condição do homem tomado na sua individualidade. Apenas a vida colectiva faz do indivíduo uma personalidade, dando forma à consciência moral e pensamento lógico que têm origem e destinação social. O indivíduo não é ainda realidade humana, mas apenas abstracção que só se perfaz no meio social. Antes de sua constituição na e pela força colectiva, não se pode falar propriamente de homem, mas de um ser que se reduz ao organismo animal. A humanidade do homem é coisa social, que se cristaliza por mecanismos de coerção. (FILHO, 2004). A sociedade, «(...) externa e transcendente ao indivíduo enquanto indivíduo, é interna e imanente ao indivíduo enquanto homem» (VIALATOUX, 1939, p.18)

 

Ou seja, a colectividade age sobre o indivíduo fazendo-o homem e o indivíduo não age conscientemente não estando inserido na colectividade: age sim o individuo na consequência das acções que lhe são impostas numa relação de causalidade mecânica e em última análise sugeridas, numa concepção histórica cumulativa que Durkheim refere como sendo quase hereditária no sentido das ciências da natureza ou físicas pela via de um conjunto de comportamentos enraizados ao longo dos tempos na colectividade onde ele se insere e que ele adopta espontaneamente.

 

Esta dualidade indivíduo colectividade (sociedade) equacionada aponta para a influência negativa que as ciências naturais (ainda) exercem sobre as ciências sociais: frequentemente, o problema é colocado como o cotejar entre substâncias distintas – Indivíduo vs. Sociedade –, essências puras e indissociáveis, entes em oposição. Desse modo, afirma-se equivocadamente o primado de um ou de outro, tomando-se, por um lado, a sociedade como uma generalidade intransponível e impossível de ser decomposta e, por outro lado, o indivíduo como algo atomizado, não susceptível de ser universalmente considerado. (BARIANI, citando ELIAS 1991). Contudo em Durkheim ainda que como objecto do social o homem é um ser privilegiado na sua relação com a natureza.

 

Leia este tema completo a partir de 27/06/2011

 

 



23/06/2011
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