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Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações VIII - Por Daniel Teixeira-A filha do Chico Artur

 

 

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações VIII - Por Daniel Teixeira-A filha do Chico Artur

 

Alcaria Alta e toda a parte nordeste do Algarve, de uma forma geral, era e é, penso eu, por mais flores que se coloquem em ajeitamento do cabaz, um meio extremamente pobre…e era pobre até para os mais ricos (se é que este termo se pode utilizar).

 

No estudo – que já aqui referi em crónicas anteriores – comparando a zona raiana de Portugal com a zona vizinha de Espanha, para além da divisão da propriedade ser abissalmente diferente, para além dos pólos populacionais serem eles também abissalmente mais numerosos e maiores em Espanha havia também estatísticas sobre gado. Este era em maior quantidade por exploração em Espanha mas sobretudo no que interessa agora com maior e diferente variedade nas espécies.

 

O número do gado de pastoreio pode representar duas coisas: de um lado uma maior ou menor riqueza das culturas de solo espontâneas ou não ou inversamente a falta de concentração numérica por exploração e logo a inviabilidade ou dificuldade em ter gado de estábulo, ainda que com apoio do pastoreio mesmo sendo o solo rico.

Os nordestinos algarvios tinham, nesse estudo, um número desproporcionado de gado de pastoreio na sua relação com o gado de estábulo, sobretudo ovelhas e muito longe depois vinham as cabras.

Os rebanhos de ovelhas, ou mistos de ovelhas e cabras que eu conheci atingiam por vezes várias centenas de cabeças. Contudo eram rebanhos associados na sua maior parte: quer dizer havia por exemplo 300 cabeças de três ou quatro donos que dividiam entre si a responsabilidade de pagar ao pastor (que por vezes ele mesmo tinha as suas cabeças no conjunto). O gado porcino, de estábulo e pequeno pastoreio sobretudo de bolotas, era em número residual e pelo que sei era sobretudo de exploração familiar para engorda caseira.

 

Ora, um dia, e vindo dos lados da serra de Tavira, e quando eu me deslocava para uma hortinha que tínhamos algures para os lados do Ribeirão, vi uma vez passar um rebanho de porcos para aí com mil cabeças, talvez. Todos sensivelmente do mesmo tamanho – e logo da mesma idade – iam para a Feira de São Marcos, conduzidos por um único pastor e dois cães. O homem ia nas calmas, os cães ao seu lado e ele a meio da cabeça e de olho na frente e nos guias do rebanho.

 

Leia este tema completo a partir de 11/07/2011

 

 

 



08/07/2011
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