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Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXVI- Por Daniel Teixeira - Discurso sobre o figo de pita

 

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXVI- Por Daniel Teixeira - Discurso sobre o figo de pita
 
Deu-me Deus (talvez tenha sido Ele) ou a própria vida, através da chamada experiência que é concedida aos «mais velhos» a estranha e pouco cómoda faculdade de ser um pouco ou muito céptico mesmo. Há coisas em que não acredito desde logo, outras a que dou o benefício da dúvida e outras em que acredito de facto porque preenchem a minha mente com aquela esquematização que eu aceito e compreendo pelo menos como potencialmente possível. Mas não vou além disso...mantenho-me agarrado à chamada dúvida cartesiana...
 
Quer dizer sou como São Tomé, em muitas coisas é preciso ver para crer, pelo que aquilo que me aparece com uma ordenação que considero razoável fica durante uns tempos em banho-maria e o resultado desse banho, mais ou menos prolongado, tanto pode dar para um lado como para o outro, quer dizer pode regressar onde nunca deveria ter saído ou avançar para uma escala de potencialidade mais elevada, sempre com o até ver em carteira.
 
Ora eu acredito nas pessoas, na sinceridade daquilo que dizem e fazem, nas boas intenções que demonstram, na vontade que espelham. O meu cepticismo não se debruça sobre o ser humano porque nesse tenho plena confiança, mesmo que as coisas nem sempre corram bem, dá-se e mantém-se ainda o benefício da dúvida.
 
Quando a fé me falha por algum evento menos esperado jogo sempre mão do argumento máximo, muito superior para mim em qualidade ao de Santo Anselmo que se bem me lembro diz que Deus é a maior coisa que há no mundo e que de tal forma o é que não se pode conceber algo maior que ele: andamos neste mundo há milhões de anos, temos aguentado com quase tudo e por isso também não é por morrer uma andorinha que se acaba a Primavera embora fosse melhor que ela não morresse. Logo o ser humano é o ser mais resistente que há no mundo e de tal forma o é que não se pode conceber a sua finitude.

Ora bem e dito isto, no seguimento que é quase uma perseguição ao figo de pita fui falando com pessoas que detêm algumas delas aquele saber dos sábios e tenho tido boas respostas e boas confirmações e esclarecimento de dúvidas minhas quer por essa via quer por consultas bibliográficas que tenho feito.
 
Informei-me também sobre o que acontece com o figo de pita por esse mundo fora: na sua grande parte (aliás é mesmo a grande parte) tem lugar em países chamados de emergentes, que é aquela denominação simpática que é dada ao antigo Terceiro Mundo. Mesmo em Itália, que é um país já emergido, as plantações de figo de tuna que existem estão situadas nas zonas tradicionalmente mais pobres: Sicília, por exemplo. Não tenho nada contra, antes pelo contrário, mas é pelo menos curioso que que, embora se enverede nalguns casos pelo conceito do figo da índia como especialidade muito apreciada no mercado Europa, por exemplo, a descrição da sua génese maior apareça como alimento de recurso.

 

Leia este tema completo a partir de 9/4/2012

 

 



04/04/2012
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