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Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXVIII - Por Daniel Teixeira - Falar de montanheiros

 

Crónicas e ficções soltas - Alcoutim - Recordações XXVIII - Por Daniel Teixeira - Falar de montanheiros
 
Tenho lido amiúde e de forma dispersa no tempo e nos temas alguma coisa sobre as denominações e terminologia própria dos Montes do Interior algarvio e embora não tenha consultado o Dicionário do falar algarvio de Brazão Gonçalves e não sabendo portanto se esta terminologia que vou referir vem lá expressa e desenvolvida vou escrever esta crónica com base naquilo que conheço por ouvir dizer (pronunciar) e isto ainda sem dar uma atenção específica àquilo que li noutras fontes.
 
Não se trata de um exercício egoísta ou de desconsideração sobre aquilo que outros já escreveram sobre estes termos (que não são muitos na minha memória) mas trata-se sim de os manter enquadrados nos momentos próprios e ambientes em que eles foram ditos de forma isolada ou repetida na minha presença.
 
A minha avó por exemplo não sabia, não conseguia e não queria dizer «máquina» referindo-se a uma qualquer ou tão simplesmente à máquina de costura: para ela era «mánica» e nem as constantes correcções nossas a faziam demover da sua ideia: «é máquina que se diz avó!!» mas ela mantinha-se na sua, não por birra, conforme me fui apercebendo, mas porque fazia parte dela já esse termo.

 

Infelizmente não tive oportunidade (convenhamos, era uma criança...) de comparar com o que as outras mulheres, sobretudo, diziam sobre estes objectos mas lembro-me de que anos mais tarde ter ouvido que «as mánicas da tropa arranjaram alguns caminhos do Monte de Alcaria Alta» misturado com algumas «máquinas».
 
Tive de percorrer no Google um relativamente longo caminho para encontrar num sítio de anedotas sobre alentejanos alguma coisa que me desse para escrever mais umas linhas sobre este assunto. E é assim: «- Oh pai , isto éi uma mánica , daquelas muito sufisticadas para cortar as árvores , faz logo o trabalho todo . Fui agora mesmo buscá-la á do Fialho a Evora . Querem vê-la a trabalhari !?»
 
Há também em Italiano algumas coisas que referem esta terminologia mas com base diferente uma vez que se referem à posse: talvez minha = ma + coisa = nica sendo este conceito bem mais geral no sentido português do «é minha!!» com algum sentido também do conjunto «é minha e eu sou o que é meu», isto visto numa forma muito geral e só para ilustrar.

 

 

 

 Leia este tema completo a partir de 14/5/2012

 



11/05/2012
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