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Crónicas «Ver e Sentir» - Por Cristina Maia Caetano - (LXXI)

 
Uma cozinha, numa casa qualquer...
Um lava-loiça, abarrotado de pilhas e pilhas de loiça...
Agua e sabão, pacientemente visita aguardam...
Até que...Um destemido ser avança!
Primeiro, tremulamente, pára e observa!

Depois, com uma respiração suave, aproxima-se cuidadosamente de tal avultado aglomerado!

Começa por agradecer o esfregão e o detergente, ao mesmo tempo que acomoda a loiça, criando espaço de forma a poder manuseá-la da melhor maneira. Em seguida, segurando prato a prato, copo a copo, talher a talher, panela a panela, concentra-se na água, que rejubilante corre da torneira.

Começa por imaginar uma nuvem, duas nuvens, várias nuvens, bem, bem gordinhas, repletas de gotinhas de água, que num dia de chuva, todas, todas juntas um laguinho criam! Mais e mais chuva e, riachos, ribeiras, rios se formam e tanta, tanta vida criam e albergam! Peixes, no seu leito, felizes saltaricam; pedrinhas roliças, o trajecto do rio acompanham e; verdes ervinhas florescem albergando marotas cobrazinhas!

Por entre este rotineiro e processo habitual da natureza, ensurdecedores barulhos humanos surgem! Alegres gargalhadas e, loucas brincadeiras de meninos e meninas que se banham no rio, pulando de pedregulho em pedregulho, invadem o ar e, tudo se mistura com os cheiros frequentes de tal encantado local... Claro está, tudo sob cuidadosos olhares de atenciosos pais!

Mas... a chuva continua, e o vento e o sol, tal como inseparáveis amigos, continuam a comparecer! O caule do rio cresce e cresce, esgueirando-se por entre quilómetros e quilómetros de condutas e condutas. Aquelas, que iniciam o processo de canalização! Aquelas, que permitem que a água chegue à casa de cada um de nós!

Leia este tema completo a partir de 18/07/2011