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Entrevista com a Professora Doutora Solange Macamo

 

Entrevista com a Professora Doutora Solange Macamo

 

Solange Macamo - Docente e Pesquisadora no Departamento
de Arqueologia e Antropologia da FLCS (Faculdade de Letras e Ciências Sociais) da
Universidade Eduardo Mondlane - Moçambique

 

Por: Kátia Filipe & Lizete Mangueleze (FONTE)

 

Um país que não dá valor à Arqueologia, ao seu passado, é como um indivíduo sem memória

 Comecemos com a pergunta de praxe, quem é Solange Macamo?

 Cresci em Xai-Xai e sou muito apaixonada pela Arqueologia. No início não entendia muito o que era Arqueologia, mas devido à influência do meu Professor Anatoli Dimitrovicz na então União Soviética, comecei a cultivar o interesse pela Arqueologia.

 

Um dia ele virou-se para mim e disse: «o conhecimento sobre o passado do vosso país depende muito da vossa dedicação ao estudo da arqueologia».

Ele acrescentou que: «Sem arqueologia dificilmente poderão reconstituir o vosso passado histórico, dado que as fontes escritas são praticamente inexistentes sobre esse período longínquo». Então, eu interiorizei muito essa afirmação.

 

O outro desafio que o Professor me colocou naquela altura, foi o de tomar conta do património porque não seria concebível trazer os objectos à luz do dia e não saber o que fazer deles, como se diz enquanto os objectos estão lá estão muito bem, podem permanecer vários anos conservados, mas a partir do momento em que os trazemos à luz do dia temos que tomar conta deles.

 

Foi graças ao meu Professor que comecei a aprender a importância da preservação e valorização do património cultural. Daí, comecei, igualmente, a construir o meu pensamento e a noção do património cultural nos finais da década dos anos 80.

 

O Professor Anatoli foi muito importante para mim na formação académica e na minha orientação profissional e também no interesse pela Arqueologia Africana. Não nos esqueçamos que foi num período de transição em que nós vínhamos da escola colonial em que todo interesse era dado àquilo que é a história de Portugal, tudo o que era cultura de Portugal e ocidental; eram os valores que nos tinham inculcado desde pequenininhos.

 

O contacto com a União Soviética foi muito importante para perceber a dimensão das coisas do outro mundo e explorar melhor as coisas do meu passado a partir de mim própria e a minha inserção no continente africano como académica e no meu país sobretudo, e o contributo que posso dar ao meu país.

 

 Leia este tema completo a partir de 6/8/2012

 

 

 

 

 

 



03/08/2012
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