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Estradinha funda - Texto de Lina Vedes

 

Estradinha funda - Texto de Lina Vedes
 

Por volta de 1946 alguns farenses começaram a ouvir falar da «estradinha funda». O auge do falatório estende-se pelos anos de 1950 e 60…
 
A estradinha funda era terra de ninguém, estreita e comprida, compreendida entre dois muros altos que limitavam duas quintas – a do Alto e a do Baião.
 
Situada atrás do Liceu de Faro e da capela de Santo António, mesmo durante o dia, olhar para ela arrepiava. Era comprida, estreita, nublada, entalada entre paredes caiadas, chão de terra batida repleto de pedregulhos que dificultavam o andamento ágil.

 

As paredes, encardidas pelo tempo, expunham desenhos indecentes, palavras e palavrões, nomes próprios masculinos e femininos dentro de corações mal riscados, frases curtas e emporcalhadas, poemas, quadras soltas…um manancial comunicativo, impróprio para os olhos de qualquer cidadão comum.
Não tinha qualquer tipo de atracção, nem de beleza, nem histórico glorioso do passado farense.
 
Os residentes em Faro, na altura do apogeu da descoberta, passaram a saber onde se situava a estradinha funda e o que lá se passava. A fama passou a ser maior do que o tamanho da dita.
 
O conhecimento do local talvez tivesse começado por visitas ocasionais de pares de apaixonados, que escolheram o sítio para descarregar o seu intenso amor!
 

O local não era bonito mas era discreto. Ninguém se lembraria de passar por aquela língua de areia escura e pedregosa. Era o sítio ideal para encontros ilegais e sigilosos.

 

 

Leia este tema completo a partir de 4 de Março carregando aqui.

 

 

 

 



01/03/2013
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