Eu também já fui famoso - Crónica de Jorge Teixeira
Eu também já fui famoso - Crónica de Jorge Teixeira
- Passa essa merda Pá!
- Porra! Estava isolado, agora?
- Já não dá, tás a ver camano!
Grandes partidas de futebol, com os livros da Escola escondidos debaixo das acácias.
Não havia relatos dos nossos jogos, por isso tínhamos os comentários a nosso cargo, não havia bolas à trave, nem nos postes que eram duas pedras, portanto havia uma certa dificuldade em validar os golos duvidosos. Recorríamos então à opinião de quem estava a assistir e se a mesma não agradava saltava logo aquela boca padrão – Quem está de fora bebe mijo!
No entanto conseguíamos evitar outras quezílias, não havia foras de jogo, nem simulações de faltas, o terreno era duro e pedregoso como o caraças, os penaltis tinham que ser mais que evidentes, as expulsões só por vontade própria e as «lesões» eram os amuos e as birras.
O agora chamado tempo regulamentar, era até deixarmos de ver a bola com o cair da noite, não havia descontos e as vitórias só serviam o orgulho próprio ou para fortalecer o espírito de equipa. Em caso de goleada ou abada (o dobro ou mais dos golos do adversário) ainda dava para gozar no dia seguinte.
Nesses tempos bastava o nome próprio, éramos poucos e não dava lugar a confusões; Tó, Mané, Quim, Jó, Beto, Calinhos, Zeca, etc. O nome de família era escusado, na dúvida era o Zé D’Avó, o Tó da Tia, o Quim do Zé e por aí adiante.
Mais tarde subimos de patamar, representámos orgulhosamente «Os Bonjoanenses» num Mini-Torneio de Mini-Futebol de Salão (era tudo mini). O nosso ponta de lança era o menino Quim das botas «Sanjo», as «Nike» da altura, chiavam que se fartavam no campo acimentado da Alameda e nós fazíamos questão disso, mais parecia um torneio de chiadelas.
Leia este tema completo a partir de 25/6/2012
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