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Fonseca Domingos - O Poeta

 

Fonseca Domingos - O Poeta

 

Na continuação do desenvolvimento do nosso trabalho sobre o Poeta Fonseca Domingos que estamos a efectuar, depois de termos feito no número anterior referência à sua Obra «Um Violino na Ramada» iremos neste número referir uma das suas obras que se segue cronologicamente na sua Bibliografia: «Arranhadelas» um livro de sátiras poéticas.  (Nota Raizonline)

 

ARRANHADELAS
 
Pórtico por Adérito Vaz:
 
José Maria Fonseca Domingos, cujo pseudónimo é João T., autor do livro de sonetos «Um Violino na Ramada», vem agora a público com uma colectânea de sátiras.
 
Crítico nato da sociedade em que está inserido e animado dum espírito independente, vê subjectivamente as mazelas, as incompetências dos que, sem olharem a meios, dominam as situações.
 
Estar por baixo, mas observar de cima, é uma particularidade que não pertence a todos e que o poeta, graciosamente, nos faz notar.
 
A larga experiência, com a permanência duns anos no estrangeiro e a vida subordinada de trabalhador, induzem-no a libertar a acumulação das injustiças e degradações, captadas no quotidiano.

 

A Rua de Santo António
 
 
 Quem em Faro não caminha,
 Nesta artéria singular,
 Que corre desde a Pontinha
 Ao Jardim Manuel Bívar?

 

 Entre nós quem não conhece
 O passeio da cidade
 Higiénico, anti-stress
 Do melhor da sociedade?
 ´
 Disse um poeta que a rua
 é um rio sereno e liso,
 Onde o Farense flutua,
 à beira do Paraíso.

 

O ELIAS
 
Na rua, ao vê-lo passar,
 Comentam os conhecidos:
«-Trabalhador exemplar
 Foi, há anos já lá idos!»

 

Rege-lhe o rosto tisnado
 O olhar relampejante,
 E a barba de revoltado
 Dá-lhe um ar beligerante.

 

Calças riscadas de nitro,
 Casaco negro azulado,
 Uma cerveja de litro,
 No bolso, de cada lado.

 

Leia este tema completo a partir de 5/3/2012

 

 

 



04/03/2012
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