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Hortas Urbanas - Moda ou Alternativa à crise? - Hortas urbanas são prática mundial desde o século XVIII

 

Hortas Urbanas - Moda ou Alternativa à crise? - Hortas urbanas são prática mundial desde o século XVIII

 

800 milhões de pessoas. E este o número que a FAO (Organização para a Agricultura e Alimentação das Nações Unidas) estima que, em 1998, se dedicassem à agricultura urbana, o que corresponde a 15 por cento de toda a produção mundial de alimentos.

 

O fenómeno das hortas urbanas surgiu nos países do norte da Europa, durante a segunda metade do século XIX. Na Alemanha, um dos países pioneiros, existem hortas urbanas desde 1864, ano em que se criou a primeira associação (Schreberverein), em Leipzig. Na Dinamarca, o país europeu com a maior percentagem de hortas urbanas, esta tradição remonta ao século XVIII, existindo actualmente 409 associações de agricultores e jardineiros urbanos.

 

Para que a tendência passe pelo aumento desses números, alguns países europeus implementaram programas de incentivo a este tipo de actividade. Na Alemanha, por exemplo, surgiu um sistema em que «uma pessoa jovem recebe, não dinheiro para cultivar, mas sim capital para se instalar», explica o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles. «Geralmente, esse jovem é adoptado ou adopta um casal de idosos, vai viver na sua propriedade, e faz o que esse casal costumava fazer no que respeita à agricultura», esclarece.

 

Na sua opinião, «esta é uma forma de as pessoas mais jovens aprenderem com os mais velhos e, ao mesmo tempo, estes ficam mais amparados. Mata-se dois coelhos com uma cajadada só», enfatiza.

No entanto, Ribeiro Telles acredita que a implantação de um sistema semelhante em Portugal não seria possível. «As pessoas que estão instaladas na cidade nunca iriam aceitar essa mudança para o ambiente rural», garante.

Isto porque a maior parte dos lisboetas vêm de famílias que sofreram misérias no meio rural e, por isso, não iriam aceitar dar esse passo atrás. «Em Lisboa, as pessoas estão convencidas que a paisagem urbana tem de ser constituída por prédios, e que o resto simboliza um atraso», lamenta.

 

O receio de uma desertificação completa das aldeias é cada vez mais real, consequência da «falta de pessoas que trabalhem a terra, porque quem lá está já não tem capacidade para o fazer», refere o especialista, alertando para os perigos desta quebra na continuidade. Daí que as hortas urbanas – que não implicam um deslocamento das pessoas da cidade para o campo - adquiram, cada vez mais, uma grande importância na manutenção da qualidade de vida das populações e no combate à crise e ao encarecimento da alimentação, remata Ribeiro Telles.

 

Leia este tema completo a partir de 9/7/2012

 



07/07/2012
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