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JORNADA CREPUSCULAR - Multidões - Por Mário Matta e Silva

 

JORNADA CREPUSCULAR - Multidões  - Por Mário Matta e Silva

 

 

«Entrámos no novo século sem bússola. Desde os meses iniciais, ocorrem eventos inquietantes que levam a pensar que o mundo conhece um desregramento considerável e em vários domínios ao mesmo tempo – desregramento intelectual, desregramento financeiro, desregramento climático, desregramento geopolítico, desregramento ético.» - AMIN MAALOUF inicia assim o seu último livro, que acabo de ler: «UM MUNDO SEM REGRAS» cuja leitura aconselho.

 

Nesta minha jornada, iniciada no dia 11 de Setembro, de má memória, olho o crepúsculo de forma crispada, sentindo um arrepio percorrer-me o corpo. Tudo o que gira à minha volta mostra-me este desregramento de que nos fala Maalouf, num mundo egoísta e doente.

Olho os ecrãs de televisão e sou invadido por multidões que se misturam neste ou naquele pedaço de terra por onde circulam bandeiras e partidos em busca dos seus votantes, em plena campanha eleitoral.

 

Os discursos têm a forma de embrulhos envenenados, nos programas eleitorais e nas promessas que atiram ao ar na esperança de engrossarem as suas plateias. As arruadas ou os comícios em locais fechados animam-se de palmas, de gritos, de slogans, de histerias, de beijos, palmadinhas nas costas, acenos, sorrisos, acusações mutuas… as imagens falam por si de um regime democrático de onde ressalta o aumento do nosso endividamento e do elevado número de desempregados.
 
Há multidões para todos como se não trabalhássemos em Portugal durante estes dias de campanha eleitoral. Como é possível juntar-se tanta gente à roda das palavras de ordem. Todos os males do mundo ficam pelo caminho como a saúde, a justiça, a educação onde o tal desregramento é bem patente.

 

Todos sonhámos com uma democracia sã, palpável, humana, abrandando o desregramento geopolítico que também nos sufoca. Em vez disso, os negócios escuros, os malabarismos na banca, os endividamentos, as obras sumptuosas, a desumanização para com os desempregados, a perseguição aos professores, a falta de resposta do Serviço Nacional de Saúde, fazem esquecer esses males maiores que afligem a humanidade no seu plano mundial, como a crise de mentalidades, de culturas, de religiões ou como os de carácter físico – planetário, onde podemos incluir o buraco do ozono, as diferenças climatéricas… tudo isto a ameaçar um futuro mais próximo do que se pensa.
 
A jornada vai longa por estes meandros de politica que hoje vivemos em Portugal, acossados por dois actos eleitorais seguidos, tornando o País um palco de artistas, brilhando no seu «votem em mim», numa animação permanente que abrange as alas da esquerda e da direita, nas grandezas e nas fraquezas que cada um dos partidos tem
para oferecer.

 

Leia este tema completo a partir de 9/7/2012

 

 



08/07/2012
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