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JORNADA CREPUSCULAR - Pelo Dr. Mário Matta e Silva - O PRIMEIRO GOVERNO DA REPUBLICA

 

JORNADA CREPUSCULAR - Pelo Dr. Mário Matta e Silva - O PRIMEIRO GOVERNO DA REPUBLICA
 
Esta jornada é para recuarmos cem anos e lembrarmo-nos da República «velha» que derrotou a Monarquia. Pois fez em Maio passado cem anos que o Governo da República deu lugar às eleições legislativas, nas quais, quase só o Partido Republicano Português apresentou candidatos.
 
Segundo o historiador Oliveira Marques: «A Assembleia Nacional Constituinte, saída dessas eleições, tinha um fácies de classe média burguesa, com um grupo maioritário de oficiais do exército e da marinha, funcionários públicos civis, advogados e médicos.

A sua principal função consistiu em discutir e aprovar uma constituição para o novo regime e em corroborar os actos ditatoriais do Governo Provisório, que haviam organizado e consolidado.» (in História de Portugal, 2º vol.)

A par destes actos aqui descritos, alguns outros, simbólicos, se destacaram neste início governativo: a bandeira foi mudada, da azul-e-branco para o encarnado-e-verde; o hino Nacional a Portuguesa, em vez do hino da Carta; na moeda adoptou-se o escudo em lugar do real e, fez-se uma reforma ortográfica, no sentido de simplificar a escrita, dando-lhe uma maior aproximação fonética.

Porém, depois de toda a euforia em torno desta jornada republicana já era patente a divisão entre os republicanos desde o Governo Provisório instalado depois do 5 de Outubro de 1910.

A ala de Bernardino Machado e de Afonso Costa opunha-se à de António José de Almeida e de Brito Camacho. Foi assim um mau começo da República! Estas dissensões aumentaram de tom aquando das eleições presidenciais (Agosto de 1911) já depois da votação da Constituição.

Os que tinham maioria na Assembleia formaram logo um «Bloco», elegendo-se Manuel de Arriaga contra a vontade dos que apoiavam Bernardino Machado.

A rebaldaria da república «velha» começaria assim aos encontrões e espalhava desde logo o descrédito na opinião pública. Até Janeiro de 1913 o País foi governado por ministérios de coligação, de «almeidistas» e de «camachistas» mostrando-se desta forma, governos débeis, com falta de apoio popular e impossibilitados de levar por diante qualquer programa governativo forte e coerente.

Esperemos pois que a História não nos pregue uma partida na coligação de maioria que agora temos, porque ela saiu de umas eleições livres e justas que possibilitaram a escolha dos eleitores, embora com elevada abstenção.

Digam lá pois, meus amigos leitores, se não é bom de vez em quando lembrar a nossa História e trazer estes factos até nós de há cem anos atrás?

 

Leia este tema completo a partir de 18/07/2011

 

 


 



17/07/2011
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