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Jornal Raizonline nº 131 de 1 de Agosto de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Por vezes...

Por vezes, algumas vezes, não muitas, tenho escrito aqui crónicas que até o menos atento observador repara logo que foram escritas para preencher o espaço, para marcar o ponto, para responder a esta obrigação livremente tomada de escrever todas as semanas, mesmo quando a inspiração ou os assuntos falham à chamada.

 Na verdade, e digo com bastante sinceridade, as minhas crónicas semanais, todas elas, são escritas aqui mesmo, quer dizer na folha do jornal que há-de ir para «o ar» ou para a www.

 Nunca fiz, que eu me lembre um rascunho, um esboço: posso fazer pesquisa, quer em livros quer na Net para complementar, mas é aqui que me vão encontrar sempre a escrever as minhas crónicas semanais. Posso não estar aqui fisicamente e ter ido à estante consultar um livro, muito rapidamente, mas o meu espírito, o meu pensamento, o que eu vejo enquanto lá estou é um ecrã luminoso que espera por mim.

 Esta crónica tem alguma relação com o facto de os locais ou as posições que as pessoas usam para escrever terem a sua influência na recepção, ordenação e e débito daquilo que se escreve: Hemingway neste plano tem duas ou três coisas que nos chamam desde logo a atenção: escrevia de pé e nu o que não deixa de ser importante se se disser  que ele escrevia «tal como veio ao mundo».

De pé, também escrevia o Fernando Pessoa, mas o Ernest, este teve ainda outra coisa que se tornou paradigmática no exercício da boa escrita, ou da boa nota, ou do bom apontamento: é ainda o maior vendedor dos famosos blocos de notas Moleskine® (reparem no R arrombado - vem de arroba) ultrapassando em muito os seus antecessores e seguidores igualmente do bloco «sagrado» Van Gogh, Pablo Picasso, e Bruce Chatwin, abreviando as referências.

Leia este tema completo a partir de 1/8/2011