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Jornal Raizonline nº 132 de 8 de Agosto de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Recordar é reviver....

 Diz-se, correntemente, que recordar é viver, no sentido que se entende facilmente que recordar é viver de novo aquilo que se traz na memória e que assim se revive. Já tenho referido por várias vezes esta evidência que se segue: as nossas recordações dependem também em grande parte da nossa disposição no momento em que se recorda o «recordado».

Se estamos numa de alta recordamos os bons momentos, se estamos numa de baixa, em termos humorais, recordamos os momentos menos bons, ou são esses (uns ou ou outros) que nos vêm à memória em dadas alturas e acabam por influenciar uma disposição que já vivia antes em nós em estado de dormência. Pode não ser científico, naquele sentido da comprovação experimental imediata mas é pelo menos lógico isto.

Ora a recordação, o recurso à vivência memorial, é sempre uma alternativa à vivência real. Toda a nossa história de portugueses (e dos outros também) nos mostra isso à exaustão...a memória, o recurso à memória ordenada, é uma forma de substituirmos ou atenuarmos a realidade do presente.

Dentro da mesma linha tal como em cada conto se acrescenta um  ponto o mesmo pode acontecer ao «relato» memorial. Os espaços em branco no percurso lógico do acontecido acabam por ser preenchidos pela imaginação e esta por vezes acaba por entrar no domínio da denominação de sonho e isto acontece quando o imaginado toma o seu próprio percurso, agora já relativamente independente do percurso memorial original.

O que não quer dizer que por lá fique, no sonho, o nosso pensamento...pode regressar à meia realidade que é a memória e esta por sua vez fazer com que o pensamento entre de novo em força na realidade.

Leia este tema completo a partir de 8/8/2011