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Jornal Raizonline nº 135 de 29 de Agosto de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - O respeito

 

Jornal Raizonline nº 135 de 29 de Agosto de 2011 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - O respeito

 

Tem-se falado sempre no respeito, nas pessoas que merecem o nosso respeito, do respeito que merecemos, das coisas que devem ser respeitadas e das coisas que nos respeitam ou não. No caso negativo, e agora falamos só nas «coisas», animadas ou não a utilização deste termo  tem uma aplicação pouco...aplicável.

No entanto não deixamos de utilizar este termo e expressões relacionadas com este fundamento, por exemplo, para dizer que a natureza, de uma forma geral e em circunstâncias muito específicas não respeita o homem: traz chuvadas que causam mortes, faz derrocadas, agita as terras e os mares, arrasa colheitas, mata gado, enfim...

Diz-se por vezes, que a natureza se vinga dos males que homem que lhe tem feito ao longo dos milénios. Quase insignificante foi contudo no resultado esse mal nos primeiros milénios da espécie humana. Talvez este seja o período em que menos se respeitou a natureza pela ordem lógica das coisas.

Havia contudo nesse tempo, em que os nossos irmãos de espécie faziam as suas tropelias anti-natura, vários factores «desculpantes»: o pessoal lutava pela sua sobrevida, a consciência dos males futuros que se estavam a construir pelo menos em termos de habituação era praticamente nula (pensa-se) e matar por exemplo um animal para obter a sua pele para coberta era uma coisa até «natural».

Chegámos aos dias de hoje, e não quero apressar o raciocínio, um pouco também devido a essas tropelias anti-natura. Não há balança que possa pesar o que seriamos hoje sem estes «erros» dos nossos antecessores, mas uma coisa é certa: hoje somos e sem aquilo que fomos «seriamos» talvez...

Este «talvez» dito atrás pode parecer exagerado neste contexto, mas se analisarmos bem, com ideia limpa e escorreita, chegaremos facilmente à conclusão de que se aquele caminho foi o escolhido é também talvez porque era um dos poucos possíveis. Técnicos de marketing não havia ainda nessa altura que influenciassem o consumo e o consumo era mesmo consumo, não era consumismo.

Agora coloquemos uma das razões principais desta crónica...mas antes gostaria de contar uma história curta: durante a construção do Porto de Portimão (cidade que eu visitava frequentemente por isso sei e vi o que vi) foram «tapados» alguns valados (terrenos baixos) com carroçarias de automóveis jogadas a eito.

Num desses desníveis a nivelar, o mais visto por mim na passagem, havia talvez dois  ou três milhares de carroçarias de automóvel que serviram de enchimento e depois foram, como é claro, cobertas de areia e pedra e o que se lhe colocou por cima, penso que uma zona de armazenagem.

Voltando aos nossos antepassados e aos nossos sucessores: supondo que daqui a 2 ou 3 mil anos alguém resolve fazer ali uma outra coisa e se mete e escavar a primeira impressão jornalística que recebe será a de que «houve ali uma catástrofe que sepultou milhares de automóveis e seus ocupantes».

 

Leia este tema completo a partir de 29/8/2011

 

 

 



28/08/2011
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