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Jornal Raizonline nº 160 de 27 de Fevereiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - O tempo é um cavalo de corrida

 

Jornal Raizonline nº 160 de 27 de Fevereiro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - O tempo é um cavalo de corrida

 

O homem sempre admirou aquilo que há de mais para admirar nos animais. Parece confuso mas não é assim tanto o que escrevi atrás: não se admira (nem nos animais nem nos homens) aquilo que é à primeira vista menos admirável (redundância aqui, andar em circulo por aí, fazer ou ouvir sempre o mesmo, ser igual).

 

Montaigne, num pequeno trabalho quase todo copiado do autor embora comentado por mim falava dos cavalos dos Hunos (salvo erro) que corriam soltos à volta do seu dono que ia cavalgando um outro cavalo: quando sentia cansado aquele que montava saltava para cima do folgado e...dava folga àquele que tinha utilizado, como é claro.

 

Montaigne não refere quanto vezes este processo da troca de cavalo poderia ter lugar, mas, se seguirmos um pouco a lógica, facilmente chegaremos à conclusão que o processo se repetiria até que o cavaleiro estivesse cansado, não os cavalos, é claro.

 

E, também com pouco esforço pudemos chegar à conclusão que o cavaleiro (ser humano) estaria verdadeiramente estoirado antes que os cavalos estivessem muito fatigados. Isto para dizer que uma coisa que se admira, neste caso nos cavalos dos Hunos, é a sua resistência, visto daqui e nesta minha forma de ver.

 

Pois o Montaigne, há uns quantos séculos, elogiou a capacidade quer do hunos quer dos seus cavalos de trabalharem em conjunto, elogiou a esperteza dos hunos por ganharem assim vantagem contra os seus adversários na guerra (a cavalo será sempre melhor fazê-la do que a pé ao que se diz) nas infelizmente não se lembrou que os animais, os cavalos, neste caso, são animais de grupo, com uma hierarquia natural, em que o homem seria a cabeça, porque lhes dava de comer e o seu colega de corrida e guerra o seu parceiro, o seu colega de destino, a sua outra metade na sua miserável vida de cavalo de guerra. Seria pois a meu ver mais difícil afastar o cavalo que ia na cauda do que mantê-lo lá onde ele ia...

 

Leia este tema completo a partir de 27/2/2012

 

 



27/02/2012
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