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Jornal Raizonline nº 162 de 12 de Março de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Fazer coincidir o diverso

 

Jornal Raizonline nº 162 de 12 de Março de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Fazer coincidir o diverso

 

Usa-se muito uma frase, ou várias frases que dizem o mesmo, segundo as quais se fica com a afirmação quase sempre muito solene de que esta coisa de gerir, de fazer as coisas é extremamente complexa.

 

Por norma até se diz que uma dada pessoa não alcança o «espírito» da coisa ou das coisas e que, na maior parte das vezes nem vale a pena estar a debitar esse mesmo espírito da coisa porque a pessoa em causa «nunca» iria compreender.

 

Para além de ser extremamente ofensivo fazer afirmações deste género, ou afirmações primas com elas relacionadas é incontestavelmente uma balela, quer dizer, pelo menos na maior parte dos casos é realmente uma aldrabice engenhada para deixar o outro com a convicção de que para se atingir esse espírito da tal coisa seria preciso pertencer a uma confraria de pensamento cuja base dialéctica seria em parte constituída por segredos do tipo dos segredos do pudim da avozinha trazidos para o pensamento pragmático ou teórico / pragmático por uma fada madrinha.

 

Sabemos perfeitamente que a linguagem ou a engenharia de linguagem utilizada por vezes é de tal forma confusa que só mesmo quem a produz a entende e a seguir a ele um grupo de confrades mais ou menos familiarizados com esse ocultismo verbal ou ainda que na maior parte das vezes se consideram como possuidores do saber dessa linguagem que não entendem senão por analogias desse pensamento com o seu próprio pensamento.

 

Ora falar linguagens que só nós mesmo entendemos é em suma não falar linguagem nenhuma, porque linguagem é comunicação, é para isso que ela serve e foi para isso que ela nasceu ou foi sendo criada.

 

Em tempos que ainda para lá não foram deparei-me com  textos de pessoas que escreviam tal como falavam, isto é, escreviam as palavras que pronunciariam ou pronunciavam para si mesmas e que elas, de facto, pelo menos em princípio, entendiam.

 

Ora falar e escrever para o outro tem regras, não muitas, mas pelo menos as necessárias para que os fios das meadas se cruzem em nós e a nós nos digam qualquer coisa.

 

Leia este tema completo a partir de 12/3/2012

 



12/03/2012
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