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Jornal Raizonline nº 176 de 25 de Junho de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Crónica sobre aqueles que partem

 

Jornal Raizonline nº 176 de 25 de Junho de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Crónica sobre aqueles que partem

 

 De uma forma geral Portugal não é nem melhor nem pior que um qualquer outro país: para quem já teve ou tem a oportunidade de ter vivido ou viver num outro país isso torna-se evidente, normalmente ao fim de algum tempo.

 

E é ao fim de algum tempo porque aquela face da moeda que nós vemos de imediato, nesses países para onde vamos, quando vamos, é a face da diferença positiva. «Aqui há isto e em Portugal não havia!»: claro que tem de haver diferenças e a nossa mente procura e encontra aqueles aspectos que acabam por aparecer como globalmente positivos.

 

 Normalmente há duas razões para que isso aconteça, ou seja, para que se veja preferencialmente os aspectos positivos: uma partida, para um outro mundo, implica sempre deixar aquele que conhecemos e que conhecemos bem: levaremos anos, na maior parte dos casos, para ter um conhecimento tão aproximado desse outro país como temos ainda daquele que deixámos (o nosso).

 

 Depois, existe um outro factor que é de ordem psicológica e que refere a nossa própria tranquilidade psíquica: não se vai, não se parte, em princípio, a menos que se vá obrigado, para uma situação pior. Nunca se vai, aliás...

 

 A minha curta experiência de cinco anos em França deu para eu perceber muita coisa e uma parte dessas coisas que eu fui compreendendo não eram nada boas: digamos que tenho talvez um espírito crítico demasiado acerado, uma necessidade de analisar as coisas não só por aquilo que elas parecem mas também por aquilo que elas são. E francamente, embora esteja grato ao país que me acolheu, afirmo como a maior parte daqueles que voltam a Portugal que a voltar lá só como «turista».

 

Entendendo aqui que o turista é aquele que vai superficialmente ver os monumentos e as paisagens, que de uma forma geral leva o bastante para passar por alto alguns dos escolhos e se tiver que protestar acaba por dar pouca importância ou uma menor importância ao sucedido porque «afinal não é o país dele».

 

Na pior das hipóteses diz que não volta lá embora no ano a seguir ou num outro lá esteja caído de novo quanto mais não seja porque já entendeu que as razões que o não o satisfizeram ou já estão esquecidas ou não são assim tão relevantes ao ponto de resultarem num corte assim tão radical. Terá sido um azar, um acidente de percurso, uma coisa que não se vai repetir.

 

Leia este tema completo a partir de 25/6/2012

 

 



25/06/2012
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