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Jornal Raizonline nº 178 de 9 de Julho de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - Ter um jornal à medida, de bom tamanho

Esta coisa, esquisita, da crise - que dura há anos e vai durar muitos mais - teve efeitos interessantes passe a rudeza da afirmação. Como todas as coisas devem ser lidas para serem compreendidas e como através dessa compreensão se entende (desde há muitos anos) que metade dos problemas está resolvida, somos quase todos especialistas em compreender as coisas.
 
Tiramos quase todos um curso, a maior parte das vezes na escola da vida com uns pozinhos académicos para ilustrar, curso esse que versa em absoluto sobre a compreensão de todos os fenómenos, entroncando com aquilo que disse atrás: ou seja, sem se mexer o traseiro da cadeira, temos metade ou quase metade do problema resolvido. Será tudo uma questão de termos já ou estarmos a caminho de compreender a tal de coisa fenomenal.
 
Não me lerão nunca a dizer que este problema, esta posição, é exclusivamente portuguesa: aliás nem é preciso sair da tal cadeira ou sofá para se perceber que o fenómeno é mundial. Quase toda a gente pensa assim seja qual for a sua posição no quadrante geográfico.

Compreendido o ou os problemas estamos literalmente safos porque invariavelmente dentro dessa compreensão abarcada das coisas nos apercebemos que a coisa tem solução, uma solução à medida, e que sendo tão fácil de resolver (será tudo uma questão de se estar para aí virado, afinal) haverá sempre alguém que tenha o mesmo génio e que assim sendo só teremos de reclamar (sempre de traseiro no sofá) se a resolução dos problemas tardar.
 
Não falo em toda a gente, como deixei claro atrás: aliás as generalizações são sempre extremamente perigosas, diga-se, mas a larga maioria, a tal de maioria silenciosa, pensa assim ou quase assim porque o resultado final é o mesmo. Uma coca cola geladinha, mais uma sessão do Dr. House ou do CSI e a nossa paz interior praticamente nem mexeu.

Leia este tema completo a partir de 9/7/2012