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Jornal Raizonline nº 180 de 23 de Julho de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas

 

Jornal Raizonline nº 180 de 23 de Julho de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas

 

Normalmente quando alguém começa a escrever as suas memórias tem-se por certo, entre algumas pessoas e nalgumas perspectivas, que de uma forma ou de outra essa pessoa está a antever um futuro que teme breve e que procura combater em si a consciência dessa fatalidade através da recitação das suas memórias.
 
Tem a sua lógica, se utilizarmos a filosofia do lençol: tendo em conta que este tem um só tamanho (o lençol) quanto mais curto ele estiver na cabeceira logicamente melhor tapa os pés. Assim, se nos falta lençol (na nossa perspectiva) para a frente da nossa vida só temos de ir lá abaixo puxar por mais lençol. Podemos puxar de cima o que está em baixo o que vem dar ao mesmo.
 
Claro que tudo isto são especulações e nem podia ser de outra maneira porque ninguém até hoje conseguiu adivinhar o futuro assim, dito em abstracto, de uma forma geral e com intenções de ser uma adivinhação total. Pode prever-se, em termos de possibilidade, aquilo que é provável acontecer tendo em conta todo um conjunto de premissas, mas ainda ai estamos no reino do provável, do euro milhões, da lotaria, do totobola.
 
O grau do nosso acerto neste aqui imaginado jogo conta com as premissas que são favoráveis e as que nos são desfavoráveis, é claro: assim, é de tradição dizer-se que quem está mais velho tem mais hipóteses de vir a acabar-se do que quem está mais novo. Será um princípio geral aceitável mas caso a caso ninguém pode garantir mais do que as tais de possibilidades.
 
Bem, regressando às memórias...eu tenho muitas memórias boas e tenho algumas simplesmente lastimáveis que até preferia não ter se me fosse dado o poder de mudar as coisas. Fazer de conta que elas não existem é um truque bom mas resulta segundo as possibilidades que tem de resultar. Por isso, e por norma, quando se fala de memórias fala-se só nas boas, ou naquelas que mesmo que não sejam totalmente boas ainda estão num patamar aceitável e fazem-se todos os esforços para não tocar, nem ao de leve, naquelas que consideramos más ou lastimáveis.
 
Mas tenho um caso pendente com uma pessoa amiga que me tem intrigado desde há uns tempos para cá e intriga-me porque ainda não consegui definir de forma clara e suficientemente alicerçada aquilo que de facto se passa com esse meu amigo. Não vou dizer aqui o nome dele, é claro, mas reparo que existe nele uma quase frenética vontade de recordar os seus tempos de criança, os seus tempos de escola, os amigos que teve e que foi perdendo de vista ao longo dos anos e tudo isto ao pormenor,  naqueles pormenores que se lembra ou que se quer lembrar, é claro.

 

Leia este tema completo a partir de 23/7/2012

 

 

 

 



23/07/2012
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