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Jornal Raizonline nº 185 de 27 de Agosto de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (VI) - O medo de existir

 

Jornal Raizonline nº 185 de 27 de Agosto de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (VI) - O medo de existir
 
Esta semana tive a sorte, ou o azar, faltará saber, de ter tombado sobre a leitura do filósofo José Gil e da sua filosofia e mais propriamente das ilações que ele considera serem filosóficas.
 
Na altura em que este livro dele apareceu (2005) e acabei por ser forçado a ver e a ler todos os elogios e críticas que lhe foram feitas, de enxurrada. Na verdade não se falava de outra coisa e o que reparei é que se colocava o acento maior - no que li e ouvi, esclareço, outros podem ter visto e lido outra coisa - no egoísmo, no cinismo, na maledicência e etc. que segundo aquilo que depreendi na altura são aquilo a que se chama em linguagem militar de «efeitos colaterais» do processo do medo de existir.
 
As pessoas não se manifestam, não se demonstram, não dão largas ao «eu», vivem, em certa forma numa cela de vidro. A propósito há um romance policial de Patrícia Highsmith (The Glass Cell -1964) que retrata à sua maneira esta tal de situação do medo de existir. De esclarecer que esta autora não é uma (falecida -1994) escritora qualquer. Por outro lado o Poeta Jorge de Sena  tem também um poema em que sumariamente diz que Lisboa está cheia de «filhos da p.» ou coisa parecida mas nada elogioso na mesma.
 
Por isso José Gil e o Medo de Existir, ainda que em registos diferentes não será novidade para ninguém e nem é preciso que o seja, esclareço: conforme digo muitas vezes já não há nada para inventar, agora só se fazem novos arranjos. Pois bem...o medo de se assumir é ancestral: em toda a sociedade onde haja regras (e tem de haver senão não é sociedade) esse tal de medo de «existir» tem lugar como alternativa à conformidade e ao confronto, acrescento.
 
Assim, e pensando pela minha própria cabeça (e certo que não digo nada de novo e que apenas reformulo) o medo de existir é parte integrante do processo evolutivo humano no seu plano mais primário. Quem não aceita a conformidade só tem duas soluções: ou vai para a guerra ou não se manifesta...aliás sabemos isso muito bem uma vez que tivemos atrás de nós cerca de 50 anos de não «existência» global.

 

 

Leia este tema completo a partir de 27/8/2012

 

 

 

 



26/08/2012
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