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Jornal Raizonline nº 188 de 17 de Setembro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (IX) - As fotografias a cores

 

Jornal Raizonline nº 188 de 17 de Setembro de 2012 - COLUNA UM - Daniel Teixeira - As minhas memórias mais próximas (IX) - As fotografias a cores
 
Tenho um primo que sempre foi um engenhocas: teve das primeiras «galenas» que eram aqueles rádios, nem sei se pode chamar isso mas davam para ouvir a Emissora Nacional aqui de Faro. Se bem me lembro - francamente sempre achei interessante mas nunca me debrucei com mais interesse sobre isso - tinha que se ouvir com auscultadores e tinham de ter antenas que normalmente eram fios nus tipo arames, em forma de rosca por vezes, outras em comprimento.
 
Segundo o que ele me disse anos depois, muitos anos mesmo, eram as bobines e as baterias dos telefones que ele usava, indo pedir aos CTT's aquelas que eles substituíam e que sumariamente mandavam para o seu sector de lixo, no Largo do Carmo, (Faro) na parte traseira (quintal) dos actuais Correios.
 
Por aquilo que fui entendendo ouvir dez minutos de rádio sem interrupção ou pane  era já uma vitória e se formos ver agora acho que o interesse maior das galenas estava centrado no acto de as fazer, na tentativa de contorno dos problemas que surgiam, enfim, resumindo, o objectivo não seria ouvir rádio naquele sentido em que nós o entendemos hoje mas sim obter a vitória de conseguir ouvir rádio.
 
Só depois se tornaram acessíveis os rádios reais e ele teve um logo bastante cedo que servia para a família toda embora ele fosse um pouco picuinhas e estivesse  sempre a pedir cuidados redobrados para não estragar o aparelho. Salvo erro é no Leão da Estrela, um filme com o António Silva, que aparece um desses rádios com válvulas, antecessoras do transístor e que tinham a particularidade de trabalhar a quente, aquecer demasiado e por vezes fundirem-se. O primeiro computador trabalhava com milhões de válvulas e pelo que li fundiam-se uma média de 500 válvulas por hora.
 
Bem, estive só a lançar a ideia de que o meu primo era um engenhocas e aqui há tempos, falando com uma pessoa que esteve com ele na India (em Goa) na comissão anterior à invasão indiana, essa pessoa que tem uma formação académica razoável e logo muito superior àquela que o meu primo conseguiu no seu tempo, confessou a sua admiração por esse espírito inventivo deste meu primo, rematando que foi ele o primeiro a fazer fotografias a cores.

 

Leia este tema completo a partir de 17/9/2012

 

 

 

 

 

 



17/09/2012
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