José Varzeano - A charrua
José Varzeano - A charrua
A charrua é um utensílio agrícola que veio substituir o arado. Enquanto este tinha uma estrutura de madeira, a charrua era totalmente de ferro tendo constituído o seu aparecimento uma grande evolução no lavrar da terra.
Estas charruadas eram fabricadas em Portugal tendo por marca Tramagal, localidade perto de Abrantes onde existia a metalúrgica que as fabricava.
Apesar de estarem praticamente todas ou quase todas desactivadas, ainda é possível encontrar muitas arrumadas em qualquer canto onde faz lembrar aos seus possuidores como se lavrava a terra.
A sua utilização durou até meados do século passado, altura em que o seu uso começou a declinar pelo abandono da terra e o aparecimento de maquinaria mecânica onde se encontravam os tractores e mais tarde as máquinas de arrasto ou de lagartas, mais propícias a estes terrenos por vezes muito inclinados.
Havia dois tipos de charrua, a de aipo direito e a de aipo curvo como são as que se apresentam em fotografia.
A parte onde o homem pega para orientar a acção da charrua chama-se «punho» seguindo-se o «rabo» peça na qual se encontra a «argola» por onde passam as rédeas das bestas.
A parte de ferro que se segue e que suporta todas as outras peças é designada por «coluna»
«A boca do lobo» é a peça de ferro saída da extremidade do aipo que liga ao «pucho» (de madeira) que por sua vez é ligado á canga através do tamoeiro.
A «aiveca» propriamente dita prende-se à coluna por intermédio de um gancho e nela consta o «ferro» e a «ponta» que se prendem através de parafusos.
A «aranha» prende a «aiveca» à «coluna».
A «roda» é fixa às tenazes que por intermédio das «castanholas» regulam a altura a lavrar variável e dependente de vários factores.
Após a abertura de um rego, virava-se a aiveca para que a terra ficasse convenientemente distribuída.
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