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Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) do livro de Anthony Burgess ao filme de Stanley Kubric - Texto e organização de Daniel Teixeira

 

Laranja Mecânica (A Clockwork Orange) do livro de  Anthony Burgess ao filme de Stanley Kubric - Texto e organização de Daniel Teixeira

 

Este livro e este filme marcaram alguns pontos  importantes de um período farto (em termos culturais) da minha vida. No que se refere ao livro tive um acesso limitado já bastante depois de ter visto o filme mas em certo sentido ele, como obra escrita, esteve sempre presente, através da voz do narrador (Malcolm McDowell - Alex ).

 

 Podemos sempre perguntar como num filme extremamente violento, onde a violência se demonstra com toda a ausência de «regras» (mesmo cinematográficas), em que os bicos dos seios de uma senhora são cortados com uma tesoura, como exemplo de um extremo, como, num filme assim é possível «ver» poesia.

 

 Essa será uma das incongruências e será sempre de perguntar até que ponto é justo que Anthony Burgess e depois Stanley Kubric façam tal «lavagem» do horror. Mas é assim mesmo, ou seja, é nestes aspectos e nesta frequência que a laranja mecânica se move: na alternância de uma sociedade e de personagens onde qualquer separação entre o bem e o mal é pura e simplesmente eliminada. Como se consegue a «poesia»? Através da utilização de neologismos especialmente construídos para esta obra que colocam uma aura sonora musicalmente harmoniosa na narração. Veremos à frente embora as traduções pela sua própria natureza acabem por ficar amputadas dessa musicalidade

 

 Nada neste livro e neste filme trata de moral ou de ética: um grupo de jovens, que quase premonitoriamente vivem a ausência de um ambiente familiar  ou recebem quaisquer regras directoras (ninguém recebe, afinal, nem os adultos) vivem uma vida avulso, sem perspectivas, sem nada que mostre a vivência em sociedade. Bestas, todos, simplesmente...naquela acepção que é dada aos humanos.

 

 Passada a parte mais horrível do filme (e do livro) entramos na fase da violência do estado e no experimento «regenerador» basicamente assente no velhinho reflexo de Pavlov. Aqui e antes assistimos a uma das peculiaridades da obra: nada de mecanismos extremamente ou incompreensivelmente vindos de uma ficção científica dita mais moderna.

 

 

Leia este tema completo a partir de 13/8/2012

 

 

 

 

 



10/08/2012
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