Maria Francisca - Por Lina Vedes
Maria Francisca - Por Lina Vedes
Estamos em 1958.
Alguns estudantes do Liceu Nacional de Faro concluem os seus estudos.
A vitória alcançada – 7º ano liceal – é festejada em grupo, com gritos eufóricos, com capas ao ar, com abraços de amizade prevendo já o afastamento…até quando?!
A partir dali moços e moças, com idades entre os 17 e 20 anos, irão rumar caminhos diversificados. Dum todo familiar e unido que durante anos viveu para o sucesso dos exercícios escritos, das chamadas e dos exames irão, individualmente, procurar a vitória da própria vida. Poucos ficarão juntos porque poucos continuarão os estudos, muitos irão enfrentar o mercado do trabalho.
Maria Francisca, aluna privilegiada, devido à facilidade inata na aprendizagem de línguas, concorre com outras colegas para hospedeira de bordo da TAP. Fala correctamente francês, inglês e alemão bastando-lhe contactar com algum espanhol ou italiano para absorver, instantaneamente, o idioma e conseguir utilizá-lo.
Farense de nascimento, vive com a mãe. O pai, boémio compulsivo, há muito abandonara a casa.
A mãe, cabeleireira, tinha o salão de trabalho numa ampla divisão da casa e tinha alcançado sucesso. Trabalhava e vivia para a filha, agarrada a ela como lapa à rocha.
A vida de Maria Francisca estava facilitada. Acomodada, não necessitava de realizar esforços porque tinha tudo que ambicionava. Fechada como que num casulo, levava vida embrionária e não procurava asas, nem fenda, para sair do seu cantinho e enfrentar os mistérios e enigmas da existência.
Tinha um piano e era com ele e nele que preenchia as suas afectividades. Derramava na música a sua intimidade. O tocar despertava-lhe emoções, acreditando que tudo se renova, acreditando e redescobrindo que é importante viver e sonhar com a possibilidade de espalhar sementes de amor em chão fértil.
Leia este tema completo a partir de 27/8/2012
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