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Mitologia e animais - Segundo Montaigne - Comentado por Afonso Santana- Mitologia e animais - In Montaigne - Dos cavalos de guerra

«Parece-me ter ouvido dizer que os romanos tinham cavalos a que chamavam «funales» (de tiro) e outros que denominavam «dextrarios», os quais se conduziam à direita ou se empregavam nas postas fora das diligências.

Daí chamarmos «destriers» aos cavalos de sela. E os nossos autores que escreveram em romano dizem comumente «adestrer» para acompanhar. Tinham também os romanos os «desultorios equos», cavalos adestrados para que, sem freio nem sela, galopassem com igual rapidez um ao lado do outro, sem se afastar, de modo que ao sentir o cavaleiro a fadiga do seu animal pudesse pular no outro sem diminuir ou atenuar a corrida.

E isso inteiramente armado. Os guerreiros númidas tinham igualmente à mão um segundo cavalo para trocar de montaria no meio do combate:

«Como os nossos cavaleiros que pulam de um cavalo para o outro, os númidas costumam ter sempre dois cavalos, e por vezes, no auge da luta, lançavam-se armados do cavalo cansado ao cavalo fresco, tão grande era a sua agilidade e tão dóceis seus cavalos.»( Tito Lívio)(...)

Dizem de César, e também do grande Pompeu, que entre outros grandes talentos de primeira ordem possuíam o de ser cavaleiros eméritos. César, na mocidade montava o cavalo sem sela e sem freio e, mãos às costas, entrega-se ao galope do animal.

A natureza, que fez dele e de Alexandre dois prodígios da arte militar, parece tê-los igualmente dotado de montarias excepcionais. Todos sabem que Bucéfalo, o cavalo de Alexandre, tinha a cabeça à semelhança de um touro, que não se deixava cavalgar por ninguém senão por seu dono e só por este fora adestrado; que depois de morto honras divinas lhe foram rendidas e que seu nome foi dado a uma cidade construída a fim de perpetuar a sua memória.»(...)

Leia este tema completo a partir de 18/07/2011