No tempo dos pirilampos - Crónica de Arlete Piedade
No tempo dos pirilampos - Crónica de Arlete Piedade
Era por esta altura, no princípio do verão, que na aldeia tudo mudava, para melhor é claro. Os dias estavam mais bonitos, mais compridos, o ar cheirava a alecrim, rosmaninho, e palha fresca. Os trigais já tinham sido ceifados, o trigo amontoava-se na eira, em molhos, á espera da chegada da máquina debulhadora, que todos os anos vinha e se instalava no mesmo local, para proceder á debulha do trigo.
Eram momentos de brincadeira e excitação para as crianças que vinham atrás da máquina em alegre correria até a ver preparada para começar a sua faina e todos os dias se afadigavam a ver como o trigo corria no bocal para encher os sacos de linhagem e os fardos de palha eram transportados no tapete rolante, até serem retirados e empilhados.
Mas o melhor de tudo eram os serões, as noites deitada no mato fresco com cheiro de alecrim com que a minha mãe atapetava o pátio agora coberto de cimento e há muito esquecido de como era estar verdejante e cheiroso.
O meu pai trazia uma manta de retalhos que estendia em cima do mato em frente á casa. Não havia electricidade, nem televisão, nem rádio sequer e os computadores só faziam parte da ficção cientifica da qual aliás só viria a ser apaixonada anos mais tarde, já adolescente.
Leia este tema completo a partir de 11/07/2011
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