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O Caminho - Conto de Arlete Piedade

 

O Caminho - Conto de Arlete Piedade

 

Cansada de procurar o caminho de acesso ao coração da cidadela, onde se situaria a casa secreta do governador da praça forte, a mulher encostou-se por momentos ás pedras que compunham o alto muro que rodeava a cidade sitiada por um inimigo que não arredava pé. Não se compreendia a razão daquela presença teimosa, a não ser pela própria teimosia em si, pois a cidade e o seu governador aparentemente não possuíam riquezas que justificassem tal assédio cerrado.

 

A própria mulher que se encostava de olhos fechados ás velhas pedras gastas pelo tempo, já não se lembrava ao certo da razão porque procurava a casa do governador. Só sabia que tinha que o encontrar, para o avisar de um perigo iminente, estranho e antigo. Ele tinha que saber quem estava por trás daquele cerco absurdo á pequena cidade dentro do castelo, erguido no alto da mais inacessível penedia do cume mais inexpugnável da montanha das Três Estrelas.

 

Já não se recordava há quantos anos vagueava pelas velhas ruelas estreitas, dormindo nas caves escuras de casas há muito apenas habitadas por espectros ululantes, bebendo água das poças de chuva ou lambendo o orvalho das velhas pedras, quando não chovia. Ás vezes comia uma fruta das árvores das velhas praças abandonadas, ou arrancava uma raiz nos jardins outrora belos e cheirosos que ainda mantinham algumas plantas selvagens onde ás vezes irrompiam flores vermelhas. E quando acordava, continuava sempre á procura. A casa do governador? - Perguntava aos raros transeuntes e até aos cães vadios que a olhavam abanando o rabo pelado e magro.

 

Mas naquele dia um acontecimento estranho abalou a rotina da cidade sitiada. Ela sentiu o tremor no seu corpo encostado ao muro. As velhas pedras tremiam, primeiro com um ligeiro tremor, em seguida com mais fragor, e um ruído estranho tomou conta do ar. Não sabia dizer se era um rumor subterrâneo, ou se vinha pelo ar, mas aumentava e aproximava-se rápidamente. A mulher em pânico, desatou a correr pela ruela deserta perseguida pelo ruído... Uhmmm.... uhnmmm.... uhmmmmm....

 

Leia este tema completo a partir de 10/9/2012

 

 

 

 



09/09/2012
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