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«O Cavalo de Turim», de Béla Tarr

 

«O Cavalo de Turim», de Béla Tarr 
 

 

Antes de mais, há que prevenir: este não é um filme como os outros. Ao referir «outros» pretendo incluir na categoria muitos estilos de obras que se projectam nas salas de cinema tradicionais.

Não: este não é um filme como todos esses que vemos, quer se trate do cinema americano mais comercial, até ao mais independente, quer se trate do europeu ou do asiático. Não, também não é um daqueles filmes vanguardistas e experimentais, que podem ir do ecrã todo azul ao todo negro, dos riscos às manchas, do plano único de duas horas à montagem entontecedora. Nada disso.

 

Este é um filme muito diferente de tudo isso, e terá de ser visto enquanto tal. Não sou dos que dizem isto sim é cinema, como se este fosse o único modo de fazer filmes. Mas sempre disse que a crítica, e o espectador, deve procurar em cada obra aquilo que ela tem para dar e julgá-la enquanto tal. Longe de mim dizer que só o cinema narrativo, romanesco, a que aderem multidões é «o» cinema. Tal como «O Cavalo de Turim» não é «o» cinema. Porque o cinema, tal como qualquer manifestação artística, da literatura à música e etc., tem muitas faces, e todas elas legítimas desde que honestas, sinceras, íntegras e coerentes com os seus propósitos.
 
Posto isto, «O Cavalo de Turim», do húngaro Béla Tarr, é uma experiência apaixonante, para quem a quiser sentir e entender. Depois das suas duas horas e meia de projecção, a sensação com que se fica é que saímos de um daqueles filmes híbridos de início do sonoro, quando alguns génios do mudo prevaleciam na ideia de que o cinema era mudo ou não seria e que aceitavam, apesar de tudo, um ou outro diálogo, aqui e ali, e uma boa sugestão sonora.

 

 

 Leia este tema completo a partir de 20/8/2012

 

 

 

 

 



18/08/2012
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