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O culto dos mortos - Por Lina Vedes (em 26 de Outubro)

 

O culto dos mortos - Por Lina Vedes (em 26 de Outubro)

 

Aproxima-se o tempo dedicado aos nossos mortos, àqueles que chegaram ao término da sua vida!
 Comecei já com os preparativos inerentes ao acontecimento, aprendidos com os meus ascendentes…

Aos mortos, a recordar, a preservar na memória, são dados dois dias no ano, inteirinhos, a ocupar as nossas atenções, o dia de Todos os Santos e o dia de Finados, 1 e 2 de Novembro, respectivamente.

 

 Com antecedência irei junto da sepultura perpétua, herdada dos meus avós, proceder ao seu alindamento. A mãe era bastante minuciosa e responsável com os cuidados a ter com a pedra tumular, com a pintura da grade protectora e com a moldura onde se encontram os retratos dos familiares falecidos.

 

Tudo era visto, por ela, ao mínimo pormenor e lembro-me de duas lanternas com portas de vidro, que eram limpas, pintadas e penduradas a secar, para nos dias 1 e 2 de Novembro estarem operacionais, com um pavio embebido em azeite.

 

 Durante estes preparativos observo, deambulando por lá, bastante gente, atarefada, dando um pouco do seu tempo de vida aos queridos mortos, recordando os momentos preciosos dos que amaram e já não têm junto de si… Enquanto se vive na memória de alguém, a morte não é um facto consumado!

 

 Nos dias dedicados ao óbito, no passado, era um mar de gente, no cemitério da Esperança. Toda a minha família e todas as famílias com falecidos, levavam a tarde do dia 1, homenageando-os, com respeito e carinho… No dia 2, a celebração da eucaristia encerrava o período dedicado à memória dos mortos.

 

 No tempo dos meus avós vivia-se menos, a taxa de mortalidade era um forte indicador social. Piores condições de vida, maior a taxa e menor, a esperança…

 

Leia este tema completo a partir de 16/7/2012

 



14/07/2012
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