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O DEFICIENTE E SUA SEXUALIDADE - Texto e entrevista de Florisbela Bauer

 

O DEFICIENTE E SUA SEXUALIDADE -  Texto e entrevista de Florisbela Bauer                     

 


A deficiência física é definida, atualmente, como uma desvantagem, resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho motor de determinada pessoa. Assim são consideradas pessoas com deficiência física os indivíduos que apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados normais para a espécie humana.
 
Segundo Lopes e Fuertes (1999), toda a problemática da sexualidade remete-nos, fatalmente, para o desenvolvimento humano e para a própria complexidade que o caracteriza. Tendo em vista que a sexualidade é uma extensão da personalidade, não se pode negar à pessoa com deficiência a liberdade de expressar a sua sexualidade.

A sexualidade masculina ainda se confunde com a prática «machista», com todos os significados que este termo contém e que são tão sobejamente conhecidos. A sexualidade feminina assume ainda contornos de submissão, repressão, sob a égide da dominação masculina que, contraditoriamente, explora o erotismo do corpo feminino em todos os níveis, transformando-o em objeto de prazer.
Estudos mostram que a sexualidade masculina é mais centrada nos órgãos genitais (no pénis), diferentemente da sexualidade feminina, que é mais difusa sobre seu corpo. O corpo predominantemente genitalizado do homem pode ser explicado em função de que este, independentemente de classe social, foi submetido, historicamente, ao processo de produção, foi canalizado para o trabalho.

Indícios de mudanças aparecem na classe média, na qual este modelo começou a ser rompido a partir do questionamento das relações de gênero, provocando uma maior equidade no que se refere ao direito à gratificação sexual e à valorização orgásmica da mulher.

Esses valores atingem de modo severo os portadores de deficiência física (em conseqüência de danos neurológicos). Estes, a despeito das disfunções sexuais presentes em diferentes níveis, quanto à ereção, ejaculação, orgasmo e reprodução, mantém a sua sexualidade latente, quando entendida no seu conceito ampliado. Há que se compreender, todavia, que, para o homem portador de deficiência física, tais limitações acarretam o sentimento de que lhe foi tirado o essencial de sua identidade masculina, construída culturalmente sob o significado simbólico do «poder do falo».

Conseqüentemente tiraram desse homem, o «seu poder» nas relações sociais e interpessoais. Na mulher, o impacto da deficiência atinge a sexualidade na sua imediaticidade, ou seja, na sua aparência. Seu corpo, objeto de erotização, apresenta deformidades que o distanciam do modelo «belo» e «perfeito» forjado pela cultura «machista» e pelo marketing das sociedades capitalistas.

 

Leia este tema completo a partir de 04/07/2011

 

 

 

 



02/07/2011
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