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O impasse da liberdade e a inevitável clausura - Crítica a Portugal, Hoje - O Medo de Existir de José Gil - Ver biografia de José Gil.

 

O impasse da liberdade e a inevitável clausura - Crítica a Portugal, Hoje - O Medo de Existir de José Gil - Ver biografia de José Gil.  
 
Tem sido o Dan Brown do «Olha aqui estou eu na fotografia!», tem remado ao lado do fascínio detectado pela fórmula «é  já a seguir!, é já… a seguir!», tem sobrevoado ao lado de temas papais e cardinalícios com uma resistência e um vigor invejáveis.

 

Nestas fantasias que se ancoram facilmente ao quotidiano e que José Gil revê com alguma astúcia de cronista estrangeirado («Eles falam, falam, falam…») dispensar-se-ia a adulação e o silêncio.

A primeira devedora da fácil repetição da palavra douta do filósofo, a segunda, não menos seguidista do que a primeira, atreita sobretudo à desconfiança mesquinha local («Vêm estes gajos lá de fora mandar postas de pescada…»). Há ainda, é verdade, o vestígio de uma certa intelectualidade dominante, cuja dicotomia própria e esplendorosa remeto para o final desta brevíssima crítica.
 
Vamos, enfim, ao livro.
 
A «não - inscrição portuguesa», advogada por José Gil no seu livro, Portugal, Hoje - O Medo de Existir, equivale a um certo tipo de potencialidade comunicacional atrofiada que se sente e pressente numa sociedade, devido ao que uma certa tradição francesa caracterizou por lógicas do «preenchimento».

Ao apagamento do desejo colectivo, gerado neste tipo de análise, sobraria a metáfora do «medo» como inabalável sorvedouro que obstruiria o pleno do espaço público, que incentivaria a cultura da festividade colectiva (como involuntária fuga para a frente) e que, por fim, poria em marcha um conjunto errante de sintomas mais ou menos autofágicos (tais como a «inveja», o «retraimento» dos afectos, o «demissionismo» ou a «grosseria»).
 
Como modo de despertar e espicaçar o debate num país com pouca escala reflexiva, o livro é óptimo. Como análise, parece-me ficar bastante aquém (até das possibilidades que o livro de José Gil pressuporia). Não por uma questão de estilo, ou de linguagem, mas sobretudo por uma questão mais profunda.
 

 

Leia este tema completo a partir de 27/8/2012 

 

 

 



24/08/2012
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