Raizonline - Jornal - Radio - Portal

O Provérbio: Um género da Literatura Oral Angolana - (BREVES NOTAS) - Luís Kandjimbo

 

O Provérbio: Um género da Literatura Oral Angolana - (BREVES NOTAS) - Luís Kandjimbo 

 

A literatura angolana é já secular. Mas não o é porque sob a forma escrita ela se sedimenta no século XIX. A criação verbal oral é bem mais antiga. Remonta aos primórdios da própria comunicação humana. Por isso, qualquer definição de literatura angolana hoje, não pode perder de vista aquele segmento a que se chama oratura ou literatura oral.

 

Trata-se de um acervo de textos orais que podem presentemente ser conservados com recurso à escrita. Conscientes do seu valor andavam alguns autores do século XIX. Não faz sentido ignorar tais aspectos, na medida em que eles traduzem muito mais do que isso. Revelam a coexistência de três tradições em que a literatura angolana se desenvolve. A mais antiga, a literatura oral ou oratura é aquela que nos remete para os tempos imemoriais.

 

Quando nos anos 60, o linguista ugandês Pio Zirimu forjou o termo oratura, tal se produzia no calor de um debate que decorria nas universidades de Makerere no Uganda, Nairobi no Kenia e Dar es Salaam na Tanzânia sobre a hegemonia das línguas europeias.

 

Mais de quarenta anos passados, são muitos os defensores da ideia segundo a qual a oratura não é apenas uma vertente das literaturas modernas em Africa. Encerra em si as conotações de um sistema estético, um método e uma filosofia.

 

Mas se tivéssemos que acompanhar os debates que se desencadearam em Angola sobre o uso das línguas locais e das suas literaturas orais, iríamos encontrá-los nos jornais publicados em Luanda no século XIX. Tal era o vigor das reflexões que autores como Joaquim Dias Cordeiro da Matta e o suiço Héli Chatelain deixaram para a história valiosas recolhas.

 

No entanto, a atitude assumida por J.D.Cordeiro da Matta não pode ser comparada com a de Héli Chatelain, na medida em que, no plano do conhecimento, o primeiro desenvolve uma visão a partir de uma visão endógena. O segundo é movido por um interesse fundamentalmente etnográfico e exógeno, além de ter pretendido, segundo Geraldo Bessa Victor, «pavonear-se com o primeiro lugar, na ordem cronológica, à frente dos autores de florilégios de provérbios angolenses, prémio a que em verdade não tinha jus».

 

Em todos os trabalhos de pesquisa realizados sobre a literatura oral angolana nos séculos XIX e XX, os provérbios ocuparam sempre um lugar de destaque. Merecem referência as seguintes obras:

 

 

Leia este tema completo a partir de 17/9/2012

 

 

 

 



16/09/2012
0 Poster un commentaire

Inscrivez-vous au blog

Soyez prévenu par email des prochaines mises à jour

Rejoignez les 17 autres membres