O sapo com coração de Cristal - Por José Maria Oliveira
O sapo com coração de Cristal - Por José Maria Oliveira
Há muito que o não via, hoje, contudo, à hora da sesta, passava eu pelas brasas, aqui num prado próximo, cruzei-me com ele: como sempre a pele escamada cobria-lhe toda a imagem e não fosse aquele imenso par de olhos luminosos dir-se-ia que se tratava dum velho trapo abandonado ao vento.
Tinha saudades de o ver, de longe vieram-me à memória velhas histórias que dele se contavam e talvez a mais deliciosa foi a do seu encontro, fortuito, com uma jovem rã, esbelta, disponível, sem charco certo, e para quem os girinos embaraçosos ainda não constituíam problema.
Procurava a fonte do amor, lugar semi-encantado onde dizem, os estudantes da sapologia, que os batráquios são felizes... histórias!
Contudo a bela rã acercou-se dele como a pedir informação; tímida, deixou, sem querer, que o seu olhar escorregasse para dentro dele e então estremeceu; deliciosamente, deixou-se enlevar e nesse mergulho donde por vezes não há regresso, todas as coisas lhe pareceram belas, límpidas e serenas.
Um imenso oásis se estendeu à sua frente, com pequenos e suculentos insectos brincando naquelas águas tranquilas, cheias de calor, doçura e serenidade... apetecia-lhe adormecer, deixar-se levar naquele imenso rio de luz, música e encantamento.
Leia este tema completo a partir de 28/5/2012
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