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Poesia de Adelina Velho da Palma e Mário Matta e Silva - O MOSTRENGO DO BAR - (inspirado no poema «O mostrengo» de Fernando Pessoa) por Adelina Velho da Palma e Para além dos setenta, poema de Mário Matta e Silva

                                        

 

Poesia de Adelina Velho da Palma e Mário Matta e Silva - O MOSTRENGO DO BAR - (inspirado no poema «O mostrengo» de Fernando Pessoa) por Adelina Velho da Palma e Para além dos setenta, poema de Mário Matta e Silva

 

O MOSTRENGO DO BAR (inspirado no poema «O mostrengo» de Fernando Pessoa)

 

 O mostrengo que está no fim do bar
 Do canto de breu ergueu-se a cambalear
 à roda da mesa rodou três vezes
 Três vezes rodou a espumar
 E disse: «Quem é que ousou tragar
 As bebidas que eu encomendo
 Para a minha goela sem fundo?»
E o homem ao balcão disse rangendo:
«Espere só mais um segundo!»

 

 «Quem é que me põe neste alvoroço
 Como é que emborco o meu almoço?»
Disse o mostrengo e rodou três vezes
 Três vezes rodou sujo e ensosso,
«Quem vem beber onde eu me engrosso
 Para que o álcool se desperdice
 E eu me enferme moribundo?»
E o homem ao balcão rangeu e disse:
«Espere só mais um segundo!»

 

 

Para além dos setenta

 

 Nesta viagem da vida
 Dia-a-dia dou meus passos
 Me vislumbro em meus cansaços
 De lição já mais sabida.

 

 Percorro poucos caminhos
 Sem ginásio nem corridas
 Transporto outras fadigas
 Desejoso de carinhos.

 

 Aniversário é pois somar
 E também é subtrair
Como poeta a fingir
 Em busca de se animar.

 

 E o dia veloz, suspenso
 Das magias da idade
 Morre na noite em saudade
 E à resistência pertenço.

 

 

Leia este tema completo a partir de 7/5/2012

 



06/05/2012
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