Poesia de Emília Marcelino Daniel Marques Leitão - A Outra Metade; Voos; Valeu a Pena; Sede de Saber
Poesia de Emília Marcelino Daniel Marques Leitão - A Outra Metade; Voos; Valeu a Pena; Sede de Saber
A Outra Metade
Ficou a minha vida pela metade
Ali mesmo, debaixo do Capricórnio acalorado
Na Terra da Boa Gente, pequena cidade
Que Gama batizou, enfeitiçado.
Calor, sol, frutos acres e coloridos
Cheiros, sabores doces e amargos,
Mosquitos, balidos fortes e rugidos
Neblinas de horizontes profundos e largos.
Voos
Voo sobre o abismo, sobre o mar
Um voo de gansos a debandar
Contra a brisa do vento,
Sobre memórias sem alento.
Voo sobre muros altos
De preconceitos e sobressaltos;
Vagueio, livremente, serena,
Em viagem calma e amena
Sobre infinitos e etéreos azuis
De onde vejo lírios nos pauis.
Valeu a Pena
Por mais que se tenha vivido
Naquele engano da alma, doce e tonto
Onde tudo parece belo e permitido…
O certo e o errado se cruzando num ponto
Por mais que nos tenha a vida dura
Atirado contra rochedos, feito chorar os olhos
Naufragar o barco, romper a forte armadura
Que julgáramos segura e sem escolhos:
Sede de Saber
Havia uma sede profunda e subtil de aprender
De beber em todos os livros, em todas as fontes
Havia uma vontade infinita de saber
De cruzar vastos e desconhecidos horizontes
Tinha desejos de conhecer histórias de navegadores
De continentes e países remotos, perdidos nos mapas
Queria saber de poetas antigos e reais trovadores
Queria cantar melodias, tocar violinos e suaves harpas
Leia este tema completo a partir de 29/10/2012
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