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Poesia de Fernando Oliveira - Entre o sol e a lua - o insofismável dualismo; Tela que ainda não pintei; Entre as fraldas e o sudário

 

Poesia de Fernando Oliveira - Entre o sol e a lua - o insofismável dualismo; Tela que ainda não pintei; Entre as fraldas e o sudário

 

 

 Entre o sol e a lua - o insofismável dualismo

 

 Caiu tanto sol na terra
 caiu tanto fogo no mar
 que este se evaporou
 e aquela se rasgou.
 E os rios ficaram córregos
 e os córregos ficaram canadas de saudade
 e as rias fugiram da praia
 e os navegantes cultivaram o campo
 procurando a cópia do mar
 que tinha desertado o vale.

 Depois o sol desmaiou
 e foi a vez da lua aparecer
 matreira e gordinha
compassiva e chorona.

 

Tela que ainda não pintei

 

 Todas as rosas não eram mais rosas que a tua face
 Todos os lírios não eram mais amenos que a tua íris
 Todas as árvores não eram mais garbosas que as tuas pernas
 E as montanhas asseadas não igualavam os teu seios.

 Nunca te penteaste
Deixavas que o mar o fizesse
 Nem te lavavas
Deixavas que o rio te afogasse
 Num rito acróstico que a corrente ameigava
 Dos cabelos flor-de-viúva
Até às unhas dos pés.

 

Entre as fraldas e o sudário

 

 é agora que o grito soa
 que a imagem para a saudade voa.

 Correm lágrimas do berço para o cemitério
 cessou o mistério.

 Era antes um ser alguém
 um rico déspota um Zé ninguém.

 Uma pomba branca um chasco azougado
 um mestiço fragoso que agora deitado.

 

 

Leia este tema completo a partir de 10/9/2012

 

 

 

 



08/09/2012
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