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Poesia de Florbela Espanca - Tarde no mar; Alma perdida; Pequenina

 

Poesia de Florbela Espanca - Tarde no mar; Alma perdida; Pequenina

 

 

 

 Tarde no mar

 

 Florbela Espanca

 

A tarde é de oiro rútilo: esbraseia.
 O horizonte: um cacto purpurino.
 E a vaga esbelta que palpita e ondeia,
Com uma frágil graça de menino,

 

 Pousa o manto de arminho na areia
 E lá vai, e lá segue o seu destino!
 E o sol, nas casas brancas que incendeia,
 Desenha mãos sangrentas de assassino!

 

Alma perdida

 

 Florbela Espanca

 

Toda esta noite o rouxinol chorou,
 Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
 Alma de rouxinol, alma da gente,
 Tu és, talvez, alguém que se finou!

 

Tu és, talvez, um sonho que passou,
 Que se fundiu na Dor, suavemente...
 Talvez sejas a alma, a alma doente
 Dalguém que quis amar e nunca amou!

 

Pequenina

 

 

Florbela Espanca

 A Maria Helena Falcão Risques

 

 és pequenina e ris... A boca breve
 é um pequeno idílio cor-de-rosa...
 Haste de lírio frágil e mimoso!
 Cofre de beijos feito sonho e neve...

 

 Doce quimera que a nossa alma deve
 Ao Céu que assim te fez tão graciosa!
 Que nesta vida amarga e tormentosa
 Te fez nascer como um perfume leve!

 

 

 Leia este tema completo a partir de 1/10/2012

 

 

 

 

 



29/09/2012
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